o escritório

Com um grande BANG e um pouco de fumaça vermelha-para-dar-um-efeito, eis que o presidente da empresa sai da sua sala. - QUEM FORAM OS DOIS QUE- Vendo que ele não estava no inferno, mas sim na sala de espera da empresa (tem diferença?), Satana abaixou o tom de voz e arrumou a gravata e ajeitou os chifres. - Digo, os dois que estavam discutindo, entrem logo para a sua entrevista. - Os dois aspirantes a empregados entraram. 

O chefe logo se sentou na cadeira e se aprumou, apontou para as duas cadeiras muito cor de rosa na frente da sua mesa, também cor de rosa.

- Façam o favor de se sentar, e me dizer seus nomes, o que desejam aqui. Toda essa merda! Eu tava dormindo, pra ser sincero.

Santana parecia perplexo com o depoimento do grande João Macedo, pequenas espirais de vapor saíam de suas satânicas orelhas. Ele olhava direto para o rapaz, enquanto recebia um outro olhar de Sandro, algo como em uma penetração tripla. -... O que você disse? - Pegou um lápis da mesa e o segurou com as duas mãos. - Nossa senhora Apare- - Uma pontada de dor lhe atravessou o corpo quando proferiu tal sentença. Quebrou o lápis em dois e respirou fundo. O que aquelee cara seboso de terno achava que estava fazendo proferindo tal ofença? Mas satã ainda era o chefe, não o verdadeiro diabo, por isso teve de se conter. - Certo, certo, meu instrumento talvez seja forte mas você não precisa me afirmar isso, senhor Macedo. - Apontou uma das metades do lapís para o rapaz e deu um sorriso. - Você pode queimar toda essa raiva no trabalho de officeboy, te garanto. - Sorriu e mostrou a ponta da lingua bifurcada. - Vai ser uma experiência. Agora você...!

Dirigiu seu olhar para o outro homem, Sandro, e viu que mesmo que ele fosse calmo e maneiro, ainda havia algo estranho naquilo. Jogou uma das metades do lápis para ele, que foi agarrado. - Para você, eu garanto que o nosso arquivo está cheio de novas aventuras. Sabe, eu guardo os registros de tortura e castigo lá, além de recibos, papéis velhos. Tudo do bom e do melhor. E sim, eu "agito" muito, obrigado. Contatrado. Só tome cuidado com o que pode achar. 

O chefe se levantou da sua cadeira e foi até a porta, vapor ainda saindo das orelhas e as abriu. - AGORA, saiam logo daqui. - Botou a cabeça pra foraa da porta e continuou - O cara rindo e o cara do tablet podem entrar. 

Por mais que Santana já tivesse visto tudo que a terra/inferno pudesse ou não pudesse oferecer, nada o preparou para a atitude do novo secretário, por mais que ele pudesse estragar a imagem da empresa. Era o Caminho para o Inferno, não era? - Olá. - Fez uma saudação e se dirigiu a ele como se faria a uma criança pequena. - Eu. - Apontou o dedo para o peito. - Aceito. - Fez um sinal de positivo com a mão. - Você. - Apontou para Miojo. - Mas. Sem. - Sinal de negação com a cabeça. - Lamber. - Lambeu o ar. - Maçanetas. - Imitou o ato de rodar uma maçaneta. - Certo. - Outro sinal de joinha. - Você. - De novo para miojo. - Vai. Ser. Um. Funcionário. 

Olhou para o mano de óculos. - Erm, você é um cara são, tá aprovado champz. - Num último ato, Santana apontou para a porta. - AGORA, façam o favor de sair da minha frente. - Esticou o pescoço para olhar pela a porta. - O cara de barba e o cara de bigode podem entrar.

Santana segurava o queixo com a mãe e olhava fundo para os dois entrevistados. - Foi por causa de um desses "caveiras" que eu vim parar aqui, se você me perguntar. - Arreganhou os dentes e depois voltou ao normal. - BEM, garanto que você não pode me fazer pior! E o outro aí, se eu achar pimenta na minha comida... Vou ficar bastante agradecido. Acho que estão contratados... Melhor que o cara da maçaneta. Agora, me deem licença e que os outros dois que faltam entrem. - Pensando que este não prestaria atenção, Satana mostrou o dedo que fica no meio para Rato.