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Histórias de Fantasmas

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Histórias de Fantasmas - Página 2 Empty Re: Histórias de Fantasmas

Mensagem por Rush Ter 26 maio 2020 - 21:02

Heya, Nina!


Desculpe a incrível demora para aparecer aqui com o comentário, mas cá estou. 


Pra ser honesto, eu não gostei do capítulo até a aparição da cigana - E que nome forte o dela, ein? Esmaralda Gloriana de La Plata. Gostei bastante. - simplesmente por não ter sido o que eu esperava após ler o prólogo. A história contar a perspectiva de uma das fantasmas me prendou, mas não gostei da cena dela e da Mortícia na loja do taradão escroto lá. 


Sei lá, estava esperando por algo um pouco mais visceral com a realidade, saca? Um pouco mais focado em política e a ausência dos direitos humanos básicos com a psiquê dos personagens. Sobre a doença, pobreza, opressão política, acabei não gostando de uma confusão na loja seguindo de uma fuga impune. Não estava esperando por isso. 


Talvez porque eu não seja tão fã assim em narração em primeira pessoa quando se trata de algo dramático. Primeira pessoa sempre dá um ar mais cômico e tira o peso do que realmente seria a realidade por cortar a visão geral, ser uma estirpe do leitor focado diretamente na personagem cujo o ponto de vista segue. 


Porém, quando a Esmeralda surgiu com o Chesire (Gostei da referência ao gato de Alice), eu comecei a ficar bem mais empolgado com o rumo da história. Talvez uma referência ou apenas semelhança, mas adorei a pegada Crônicas de Gelo e Fogo que a Esmeralda transmitiu para mim. Adoro miticismo e porra, adoro Banettes. A combinação, ainda mais com as indiretas proféticas, me deixaram muito animado para continuar lendo, AINDA MAIS com uma missão perigosa que fez jus com a ambição da protagonista. 


MAS AI ACABOU O CAPÍTULO!


Sei que o cap foi mais uma introdução às personagens, mas poxa, eu não gostei por esses fatores. Poderia ter sido mais direto ao ponto em questão da missão, ou, ao menos ter focado um pouco mais na dor do cotidiano das personagens durante o presente, pois só foi citado isso no passado. Também ficou claro que Amaya é uma garota jovem e bonita, e por isso ela sofre bastante assédio dos homens do bairro, mas acho que isso poderia ter sido muito mais explorado. Vi tanto potencial em ver um estuprador em potencial se fodendo ser atacado por uma Misdreavus. :c


Eu com certeza acompanharei o próximo capítulo. Eu só preciso me acostumar com a pegada da fic, pois como dito, absorvi o prólogo de maneira diferente com o cap.


Sobre as personagens, eu ADOREI a Meiling, sério. Creio que quando a história ficar dark, ela será a figura fofa para dar aquele equilíbrio para a sanidade das garotas. Adorei o jeito desbocado dela, as atitudes ousadas e ainda mais o fato dela cantar. A Anastasiya pareceu ser mais a voz da razão e a mais madura entre as quatro. Ela não teve muito destaque, assim como Lucy, mas achei bem interessante que Lucy possua um relacionamento com Amaya. 


Eu gostei do jeito da Amaya, algo que me identifiquei foi o fato dela ser alguém que exige muito mais dela do que a máscara de durona aparenta. E bom, por mais que eu não tenha gostado dela ter se safado tão facilmente do velho da loja, eu gostei da forma como ela se impôs e não fraquejou, mostrando dominância e uma imagem poderosíssima feminina. Quero muito ver mais sobre ela. 


PORRA, adorei muito a Esmeralda. Para mim, ela roubou a cena. Espero que ela se torne uma personagem recorrente, e não apenas uma coadjuvante. Ela apresentou tendências a se tornar uma possível vilã, assim como um personagem de suporte para moldar Amaya. Eu quero MUITO ver mais sobre ela e sobre as consequências do que ela disse. Ainda mais também sobre o miticismo que veio com ela.


É isso, Nina. Eu aguardo ansiosamente o próximo capítulo! 
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Mensagem por roberto145 Qua 27 maio 2020 - 17:09

Boa tarde, Nina, tudo bem?

Acredito que a minha opinião seja um pouco do que tudo já foi falado.

Inicialmente, a minha expectativa foi também de uma morte iminente ou experiência de quase morte. Também pensei em um possível abuso físico e psicológico. Contudo, a expectativa foi quebrada com o aspecto mais emocional e uma morte figurativa. Por um lado, também foi interessante, visto a quebra de expectativa.

Então o capítulo segue, agora contado mais o dia a dia das garotas. Foi bem interessante essa parte também, observando algumas nuances de como elas são tratadas e como, pelo menos a protagonista, enxerga o mundo ao seu redor. Não sou familiarizado nem gosto muito de escrever em primeira pessoa, mas gostei como aspectos informais da linguagem são levados para a narração, incluindo xingamentos. Também sei que muitos de nos, impelidos pela raiva, gostamos de fazer frases longas até acabar o fôlego. Porém, eu acho que deve ter certo cuidado. Eu senti algumas vezes que essa estratégia exigia esse fôlego para terminar de ler frases mais longas que o normal. Se eu pudesse dar algum conselho, seria o de reduzir pelos menos em frequência em que elas ocorrem. 

Como una boa parte do capítulo se concentrou mais na rotina das garotas, eu acho que ficaria melhor ter deixado um pouco mais para a cena da loja de penhora. Novamente, na minha opinião, seria mais interessante se algo de fato desse ruim e a Amaya entrasse em uma enrascada. 

Por fim, o encontro com a cigana no final também para mim foi o ponto alto da história. Só não acho que foi bom um acordo, porque, beleza, quem vai ganhar o dinheiro é a Amaya, mas, no final, provavelmente ela ia ver aquele dinheiro dando sopa se estivesse trancado no mesmo cofre com as jóias. Se não estivesse, seria mais uma coisa a procurar e aumentar o risco de ser pega. Então, parece-me que a protagonista é um pouco ingênua do que ela aparentava na loja de penhora ao ser levada na lábia da cigana.
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Mensagem por Bakujirou Sáb 30 maio 2020 - 15:26

Nina, tua fic me fez me lembrar de algo que eu achava um máximo quando estava pra entrar neste fórum.

franquia de live action que eu amei em conhecer em 2008.
https://www.youtube.com/watch?v=hGD2kb5vi-o&list=PL918AFEA82E17899B&index=1
o segundo filme
https://www.youtube.com/watch?v=YqC13u9ocvM&list=PL4AEE91E91F978659
terceiro parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=rMRGDCQIjqM&list=PL34D6E259343F5A63
terceiro parte 2
https://www.youtube.com/watch?v=oHr9xlf6tAA&list=PL447EB39C53A5849C

Eu apenas conhecia o primeiro live action, preciso ter um tempo para ver os demais...

O capítulo em si, foi bem tenso a estória da menina que vira um phantom. Mas eu achei bem legal a estória e aquele momento em que ela foi tentar a sorte para vender no mercado foi bem tenso.

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Confira:
Concurso participem! / Fic / One-Shots / indico uma fic que resgatei / indico Fic de meu amigo

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http://bit.ly/docrJs

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Mensagem por caioloko Dom 21 Jun 2020 - 13:31

Ninaaaa, tudo bem??

Achei muito bom esse capítulo!!! Muitas coisas aconteceram, as outras personagens apareceram mais e foram muito bem caracterizadas! A protagonista é muito "relatable", com os questionamentos sobre responsabilidade no grupo, a preocupação de precisar fazer mais pelos outros, achei essa parte bem legal! 

Ainda estou com dificuldade de reconhecer os pokemons logo de cara, você sabe, mas é porque estou bem enferrujado hehehe a descrição deles está muito boa, com o tempo vou pegando o jeito!

Além disso, gostei muito dessa dose de mistério no final, em torno do encontro dela com a cigana. Acho que este vai ser um ponto decisivo pra história dela e das outras meninas! Estou ansioso pelos próximos capítulos!!!!

________________
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Data de inscrição : 14/06/2009

Frase pessoal : U CABRA MÁXU MAIZI AMADO DA PÊEMI <3


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Mensagem por Food Sáb 27 Jun 2020 - 16:38

Oi Nina, vim comentar os capítulos da fanfic após algum tempo enrolando, como sempre...

Primeiramente, eu já disse na fic do Briju que não sou lá o maior fã de histórias mais "pesadas", principalmente ligadas a Pokémon. Acabo sendo um cara muito mais light nesse sentido, mas gostei bastante da sua ideia. Uma região que é meio que uma "distopia" soa extremamente interessante, mesmo assim. Em alguns pontos, me lembrou da boa e velha Roma. Claro, não é igual e tem coisas que até se contrariam, mas como um bom aluno de Latim, acabei lembrando das minhas primeiras aulas que apresentavam a história da região do Lácio!

Falando sobre o prólogo em si, achei ele muito bem escrito. A conversa com o sujeito misterioso foi bem interessante e me entreteve bastante. Toda a descrição foi muito boa e fluída, de forma que eu tive uma leitura rápida e "confortável", se é que posso chamar assim. Fiquei pensando que o ser misterioso que conversava com o aparente "protagonista" do começo da história era um Pokémon, mas dado alguns trechos do texto, comecei a questionar, mas supus que fosse uma forma humana de um Pokémon místico mesmo.

Sobre a parte que começa a falar sobre a região de (i)Panema, eu, como já falei ali em cima, gostei bastante da ambientação e me lembrei de Roma. A coisa das muralhas realmente existe em Shingeki, mas em Roma também muravam todo o território. Claro que não era do mesmo jeito de Shingeki, mas acho que deu pra entender o que eu quis dizer kkkk. Alguns outros fatores como o Coliseu também vieram de lá e tal, então realmente tive essa memória. E eu sou muito fã de história romana e tudo, então gostei bastante das similaridades, apesar de que eles eram bem cruéis...

Enfim, prólogo bem misterioso, o que me deixou bastante curioso de como as coisas vão andar a partir de agora. Essa coisa de chamar os "renegados" de "fantasma" é interessante. Na verdade, me recordei de um filme/livro em que existia esse mesmo termo, mas para um tipo diferente de pessoa. Se não me falha memoria, quando uma pessoa não tinha mais medo de nada e enfrentava os monstros da história sem medo e tudo, ele era condecorado como um fantasma. Achei bem legal a ideia e o nome, principalmente se fosse usado em inglês (Ghost), pois é uma daquelas palavras que gosto da sonoridade sem um motivo específico!

Indo para o próximo capítulo...




Esse capítulo foi muito bom e muito interessante! Li ele do início ao fim sem nem reparar no tamanho, de verdade, haha. Gostei muito da narração em primeira pessoa e de ver o ponto de vista de Amaya. No geral, fiquei um pouco perplexo em como a garota estava tão feliz e tudo mudou de um segundo para o outro, e confesso que fiquei curioso sobre a possível ou não inocência dos pais da garota.

Sendo uma personagem bem desbocada e tudo, achei ela bem divertida. No geral, seu ponto de vista se mostrou muito interessante mesmo. Sobre o que rola no capítulo, fiquei um pouco curioso e com o pé atrás. No geral, eu sempre fico meio preocupado quando vem uma ideia ou plano mirabolante que pode fazer um personagem se ferrar muito, me causa um desconforto sempre!

Enfim... Gostei do rumo que a história começou a tomar, principalmente pela jovem citar sua busca por VINGANÇA. Eu acho isso bem pesado até, mas me amarro nesses filmes com vibe de vingança e tudo, então fiquei bem ansioso com o que vai acontecer em breve! De toda forma, gostaria de elogiar novamente sua escrita, que foi muito fluída e interessante. Gostei muito de ler este capítulo.

Bem, é isso então. Agora que comentei, pode postar o próximo já, haha. Nos vemos no próximo capítulo! o/


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Frase pessoal : Na dúvida, deixa pra amanhã...


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Mensagem por *Nina* Seg 13 Jul 2020 - 15:29

Olá, pessoas lindas! Como estão todos?
Não, eu ainda não desisti da fanfic, eu só demoro para escrever mesmo. Kkkkkkkkk
Peço perdão pela demora, mas é que fico pensando muito e reescrevendo milhões de vezes, além do meu trabalho que ocupa bastante tempo, então não dá para escrever sempre.

Mas quero continuar com essa fic. Os capítulos demoram, mas um dia saem. kkkkkkkk
Espero que vocês possam relevar isso (e que eu ainda tenha leitores).
Agradeço a todos que dedicaram um tempo da vida para lerem e comentarem, espero que estejam gostando e que também gostem desse. Vamos aos comentários:


Spoiler:


  
Bom, se eu tinha falado que o outro capítulo ficou grande, esse aqui ficou maior ainda. Tanto que até tive que dividir os posts! Kkkkkkkkk Fuck the rules! o/

Acho que ficaria ruim dividir os capítulos mais uma vez, pois vai quebrar o clima do capítulo e também o ritmo da história, que demoraria mais para andar. Mas é só ir lendo com calma.
Mas antes, para quem não conseguiu decifrar quem são os pokémons que aparecem: Mortícia é Misdreavus, Wandinha é Gothita, Flora é Chikorita, Musa é Igglybuff e Cheshire é Banette.
Este é o último capítulo narrado pela Amaya por enquanto, no próximo já será com outra personagem. Espero que gostem! Boa leitura!

Amaya
 
 
Anastasiya nos guiou às pressas para o lugar que chamamos de nossa “base secreta”, sem dar nenhuma explicação. Ou talvez até tenha falado alguma coisa, mas minha mente ainda vagava pelos últimos acontecimentos, então posso nem ter prestado atenção.
 
A nossa base secreta é, na verdade, uma espécie de abrigo subterrâneo que encontramos por pura sorte em uma das ruas periféricas do Lambda, que faz fronteira com a muralha. Não sabemos por que ele existe nem o que era feito lá dentro, coisa que acho melhor nem saber. O que importa é que ele serve bem para um propósito: nos esconder quando não queremos ser encontradas.
 
Há várias pichações ao longo da muralha, que vão desde desenhos de genitálias a besteiras apocalípticas. Não vou criticar, porque também já fiz questão de deixar minha contribuição com lindas frases, como: “sociedade hipócrita de merda”, “foda-se a polícia” e “o rei é corno”.  Se é para vandalizar, então tem que fazer direito. Escrevi em um lugar onde as câmeras não chegam, então ninguém viu.
 
Seguindo pela rua, ao encontrar um “O arrebatamento se aproxima, arrependam-se” bem grande grafado em vermelho, sabemos que estamos no local certo. Convenientemente, nossa base fica perto de uma imagem riscada de um pentagrama invertido, que é considerado um símbolo de mau agouro pela população ultra supersticiosa e frescurenta de Panema, o que para mim não passa de demência, mas graças a isso ninguém se aproxima, então acaba sendo conveniente.
 
Já fazem semanas que não aparecemos por aqui, então está mais sujo do que o normal. Porém, assim que chegamos, logo notei que havia algo errado. De cara, já reparei direto nos matinhos que crescem pelo chão, por entre os buracos da rua, típico de um local abandonado, e percebi que alguns estavam amassados. Apressei o passo e agarrei o ombro de Ana, que ia na frente, forçando-a parar. Ela me olhou com a cara brava de sempre, mas tenho certeza que deve ter ficado agradecida.
 
Porque bem no lugar onde ela ia passar, uma flecha fincou no chão. Olhei para cima procurando de onde aquilo veio, quando avistei duas pessoas em cima do telhado, ambas carregando projéteis amadores e tortos de arco e flecha, apontando para nós. Repentinamente, mais pessoas começaram a se juntar a nossa volta, parando lado a lado bloqueando a passagem. Estávamos cercadas, não há como sair.
 
Mas que merda é essa? Quem são esses malucos?
 
Lucy agarrou minha mão, enquanto Anastasiya puxou Meiling para perto de si e a abraçou. As três pareciam assustadas, mas eu não, já estava preparada e posicionada para dar umas voadoras em qualquer babaca que ousasse se aproximar. Nunca deixarei transparecer medo, mesmo que sinta. E então, a porta do abrigo se abriu.
 
Uma garota que deve ter a minha idade, porém mais alta, esquisita e magrela, com um cabelo curto e feio que parece estar enferrujado por conta da cor, saiu de lá, usando uma blusa vermelha velha e uma calça surrada. Ela para e nos encara de uma forma muito irritante, com um ar de superioridade e desprezo. Mal conheço e já peguei ranço.
 
— O que querem vindo até aqui, intrusas? Estão afim de perder um olho? — Sua voz era rouca e feia que nem ela, e ainda forçava para tentar parecer que é alguém importante.
 
As pessoas à nossa volta soltaram risadas e alguns resmungos. Haviam garotos e garotas, de vários tamanhos, todos sujos e maltrapilhos, carregando pedras, estilingues e pedaços de madeira. Devem ser um grupo de Fantasmas e moradores de rua como nós. Eles estavam olhando diretamente para nossas bolsas e sacolas, onde carregamos nossa comida.
 
É notável que estão em um número bem maior que o nosso, mas desvantagem não me assusta, apenas deixa as coisas mais emocionantes. Continuo mantendo a postura firme, olhando feio para cada um deles antes de encarar aquelazinha que parece ser a líder.
 
— Eu é que quero saber o que vocês querem aqui. Esse lugar é nosso. Nós descobrimos primeiro e já usamos há muito mais tempo! Então caiam fora daqui antes que as coisas fiquem feias!
 
Tentei imprimir o máximo de autoridade na voz, mas pelo visto não surtiu efeito algum, porque o bando de vagabundo apenas riu e debochou com altas gargalhadas, assim como a líder deles. Senti o ódio e a raiva tomarem conta do meu ser. Se continuar assim, não responderei mais por mim.
 
— Ah, então quer dizer que esse abrigo é de vocês? Que estranho, porque não vi nenhum nome escrito aqui! E mesmo que tivesse, não tem essa de “cheguei primeiro”, ele agora é nosso!
 
O bando a nossa volta comemorou a afirmação, brandindo seus objetos com gritos e gestos de apoio. Já estava prestes a voar no pescoço de um otário que estava fazendo gestos obscenos para mim, quando Lucy soltou minha mão e se colocou à frente. Conhecendo ela, provavelmente vai tentar um acordo de paz, o que creio ser em vão. E espero mesmo que seja, porque estou querendo muito socar a cara de alguém agora.
 
— Olá, boa tarde a todos! Primeiramente, eu queria esclarecer que não queremos confusão, só viemos até aqui porque costumamos usar esse abrigo, mas não sabíamos que já tinha gente nele. — Desculpa Lucy, mas vou ter que discordar, eu quero confusão sim, e muita! — Sendo assim, gostaria de fazer uma proposta. Eh... como é seu nome?
 
A escrota enferrujada olhou desconfiada, pensando se deveria responder ou não. Mas por fim, nos contou que se chama Taylor. Lucy prosseguiu com seu discurso, com a calma e paciência que só ela possui:
 
— Ok, Taylor, veja bem, nós todos somos pessoas marginalizadas, sem família e moradores de rua, certo? Então por que não unimos nossas forças e dividimos o abrigo? Afinal, estamos todos na mesma situação. Então por que em vez de brigar, não nos ajudamos? Assim todos aproveitam e ninguém sai perdendo.
 
A vadia enferrujada fez uma careta surpresa. Mais gritos interromperam a conversa, mas dessa vez de reclamações e protestos. Querem nossa comida e dinheiro e estavam ficando cada vez mais impacientes. Mas Lucy não hesitou, parecia mesmo determinada em fazer uma aliança.
 
Confesso que dei uma leve revirada nos olhos, porque esse papo de paz e união me cansa. Anastasiya abraçou Meiling com mais força, que não parecia estar nem um pouco incomodada com a situação. Então, a líder do grupinho de babacas ergueu a mão pedindo silêncio. O gado obedeceu.
 
— Tudo bem, concordo em fazermos um acordo. Mas tenho uma proposta muito melhor. — Ela começou a caminhar para perto de nós, enfiando a mão no bolso de trás da calça. — Nos entreguem toda a comida e dinheiro, e talvez a gente deixe vocês irem!
 
Com a insanidade gritando em seu olhar, ela retira uma faca do bolso e aponta diretamente para nós. Gritos de apoio e de linchamento ecoam por todo o beco. Estão doidos por uma briga e nós somos o alvo perfeito.
 
— Nem venham com esse papinho furado de “somos todos iguais”! — Continuou berrando. — A regra aqui é clara: cada um por si! Olhem à volta, vocês não estão em condições de negociar!
 
 
A multidão vai à loucura. Uma flecha fincou no chão no exato lugar entre eu e Lucy e Anastasiya e Meiling. “A próxima vai na cabeça”, gritou a pessoa lá de cima. Aquele mesmo moleque que estava me irritando, tomou a frente e começou a nos ameaçar com seu taco, incentivando os demais a roubarem nossa comida e acabarem conosco.
 
E isso foi a gota d’água, minha paciência, que já é quase inexistente, morreu de vez. Então é assim, é? Podem vir, palhaços, vamos ver quem vai acabar com quem, esperem só até ver nossas armas secretas! Mas antes de tomar qualquer atitude, olho para Lucy, buscando sua aprovação. Ela sorri e acena com a cabeça.
 
Agora sim! Hora de mostrar para esse bando de lixo quem são os Fantasmas que mandam nessa merda de bairro!
 
— Na verdade, quem não está em posição de negociar aqui são vocês! — Chego perto dela, falando mais alto. — Tá na hora de voltarem para o bueiro de onde saíram! Agora, Mortícia!
 
Finalmente, a fantasminha dá o ar de sua graça, usando suas ondas psíquicas de cor fúcsia para atacar e arremessar quem ameaçava nos fazer mal. As outras não ficaram atrás e logo se juntam à briga. Wandinha lutava graciosamente, dominando seus poderes psíquicos para derrubar todos que tentavam se aproximar, com Lucy ao seu encalço. Dois longos cipós saíam do pescoço de Flora, que os utilizava para tomar as armas das mãos das pessoas. Musa apenas pulou para o colo de Meiling, pois é a única que não consegue lutar.
 
Anastasiya se colocou no meio delas, tentando manter-se o mais longe possível da briga, enquanto guardava nossas sacolas de comidas e nosso dinheiro. A louca das flechas tentou acertá-la, mas Flora foi mais rápida e conseguiu puxar os dois que estavam no telhado, botando-os no chão e atirando suas armas para longe.
 
Já eu, pulei com toda satisfação direto no pescoço daquele moleque cretino, derrubando-o, depois de ter acertado seu braço para que largasse o taco. E agora, chegou o momento que eu tanto esperava: hora de ativar o modo “Amaya Putaça”, como apelidado por Meiling.
 
A técnica é, basicamente, atacar o adversário loucamente sem parar, acertando o mais rápido possível com diversos socos, chutes, tapas, mordidas, arranhões, e tudo mais o que der na telha, de tal modo que não dê tempo algum para reação ou fuga.
 
E assim fiz, me joguei em cima do moleque, golpeando-o sucessivamente, que não sabia se tentava se defender ou se livrar de mim. Podia ouvir os gritos da mais nova me incentivando, enquanto dava pulinhos.
 
Vai, Amaya! Acaba com ele! Dá na cara dele! Isso! Agora acerta outro na barriga! Chuta o saco!
 
Assim que atendi ao último pedido, com muito gosto ao vê-lo se debatendo no chão, senti um braço envolver meu pescoço, seguido pela dor de um objeto pontiagudo perfurando minha pele.
 
Fui puxada para trás, sendo forçada a deixar o moleque e a me colocar em pé. Os cabelos cor de ferrugem caindo sobre meu ombro não me enganam, é aquela líder escrota querendo se meter comigo, me segurando com força enquanto tenta cortar meu pescoço.
 
Como não posso deixar que isso aconteça, luto com ela pela minha liberdade, tentando afastar seus braços de mim e remover a faca do meu pescoço, enquanto ela força o contrário. Por sorte, consegui impedir que o corte fosse profundo, mas só a ponta da faca já foi o suficiente para abrir uma ferida e tirar sangue.
 
Ficamos nesse impasse, até que Lucy, em um ato de bravura, golpeou-a por trás com o taco daquele moleque, fazendo ela finalmente me soltar.  Pressiono a ferida com os dedos, tentando conter o sangue. Como já disse, não foi profunda, mas o suficiente para machucar e arder.
 
Lucy tentou correr até mim, mas a vadia deve ter uma cabeça tão dura que o golpe nem surtiu efeito, porque ela já estava de pé, indo para cima da minha namorada, empurrando-a no chão. Em seguida, ela correu até mim, com sangue nos olhos. Tentava me cortar com a faca de todo jeito. Tive que levar os braços à frente do corpo para proteger meu rosto, ganhando diversos cortes.
 
Até que consegui acertar um chute bem dado em sua barriga, jogando-a para trás, que se esforça para não cair. Em vão, pois sem perder tempo, me jogo com tudo em cima dela como fiz com o outro e vamos ambas para o chão. E dá-lhe Amaya Putaça!
 
Continuamos nossa disputa rolando pelo chão e brigando pela faca, com uma tentando tomar o controle do objeto e cortar a outra. Nenhuma pretende dar o braço a torcer, se render não é uma opção.
 
Até que em um determinado momento, ela consegue levar a melhor, ficando em cima de mim, mantendo a faca a poucos centímetros do meu olho, tentando furá-lo a todo custo. Eu a detenho empurrando com toda a força, usando as duas mãos para impedir que consiga o que deseja.
 
Porém, em uma súbita virada, forço suas mãos para o lado, a empurrando para longe de mim, aproveitando seu descuido para tomar a faca. Com sede de vingança, tendo em mãos o objeto antes usado para me ferir, desfiro vários golpes em seus braços e onde mais conseguir acertar, provocando diversos cortes, assim como fez comigo. Para finalizar, faço um corte bem dado em seu rosto, para que ela nunca mais se esqueça que não se deve mexer comigo nem com minhas amigas.
 
Quase sem fôlego e machucada, mas muito satisfeita, me coloco de pé, fazendo pose de vitória e me sentindo toda poderosa ao vê-la derrotada no chão, se debatendo de raiva e dor, enquanto pressiona o local da ferida no rosto.
 
Só que, infelizmente, nem tenho tempo de comemorar direito, pois um grito desesperado de Lucy rouba toda minha felicidade. Largo a escrota lá caída e corro imediatamente até minha namorada, que estava ajoelhada no chão, aflita, com Wandinha inerte em seus braços.
 
Mas o quê? Ela foi derrotada? Como isso pôde ter acontecido? Um bando de moleques remelentos com pedaços de madeira nunca seriam páreos para um Pokémon! Ah não ser que...
 
 
Meu coração acelerou e senti que algo estava por vir. Percebi que a atmosfera havia se tornado estranhamente mais densa e sombria. Pela reação das outras, não fui a única a notar isso. Anastasiya resolveu se aproximar, pedindo por cautela, apenas para presenciar Flora sendo totalmente consumida por uma sombra sinistra.
 
Apenas o grito da Pokémon pode ser ouvido antes de ser devorada pelas trevas e desaparecer completamente na escuridão. Fui pega tão de surpresa que nem consegui reagir diante da horrível cena, fiquei apenas observando, incrédula, sem entender o que estava acontecendo, assim como as outras. Quando a névoa sombria se dissipou, a verdinha estava caída. Havia encontrado o mesmo fim que a amiga. Ana correu em seu amparo.
 
E pensar que a batalha parecia que já estava ganha. Derrotei a líder, e o resto do bando ou estavam desmaiados ou se mandaram. Mas fazer o que, já estou acostumada com tantos infortúnios, minha vida inteira é um. Chamei por Mortícia para que ficasse perto. Ela é nosso último recurso, não podemos perdê-la também. E então, alguém se aproxima.
 
Quando disse anteriormente que as coisas iriam ficar feias, não imaginei que seria assim tão literal. Uma criatura digna de um conto de terror, brotou na esquina, nos encarando. Meiling não conseguiu conter um grito ao vê-lo. Já eu, não pude disfarçar a estranheza ao ver seu rosto, porque era simplesmente a coisa mais feia que já vi na vida. Não consegui segurar a imensa vontade de rir.
 
Inicialmente, fiquei na dúvida se aquilo era uma pessoa ou um Pokémon, porque era estranho e comprido, com um rosto deformado e cheio de manchas, um olho menor que o outro e a boca torta. Tinha uns cabelos loiros bem rasos e era possível ver suas costelas, de tão magro. Poderia até sentir pena, se não fosse mais um inimigo, então só quero que se foda.
 
— Mas que merda é essa? É mais um babaca da gangue? Não foram capazes de nos derrotar e agora chamaram uma assombração pra ver se nos matam de susto? Não pensei que existisse algo no mundo que pudesse ser mais feio que a guerra, mas você conseguiu esse feito!
 
Não resisti e debochei, terminando a fala com uma gargalhada alta e arrastada, que foi acompanhada por Meiling. Lucy e Ana nos olharam com reprovação. O feioso também não pareceu gostar nada do que ouviu, pois me fuzilou com um olhar cheio de ódio, que só contribuiu para piorar seu estado de feiura.
 
Com muita raiva, ele aponta para mim proferindo ameaças, porém Mortícia prontamente surge em minha defesa, disparando seus brilhantes raios psíquicos de cor fúcsia, sem piedade. A agradeço merecidamente. Sempre perfeita, não decepciona nunca. Mas isso é óbvio, afinal, teve a melhor pessoa para ensiná-la a estar sempre preparada para uma briga e a nunca hesitar em atacar.
 
Contudo, acho que comemorei cedo demais, pois ele também não está sozinho. Diante dele, se materializou uma estranha criaturinha amarelada, que parecia ter vindo direto de um desenho infantil, pois seu corpo e sua grande e redonda cabeça aparentavam ser feitos de pano. Possuía duas orelhas pontudas e uma cauda em formato de raio.
 
Fico imaginando se ele é capaz de enxergar, pois seu rosto não passa de uma pintura, bem malfeita por sinal. Isso aí com certeza é um Pokémon. Então será que foi esse trequinho que nocauteou as duas? Caralho, mais uma coisa para entrar na lista das bizarrices que presenciei hoje. Acabe logo, dia.
 
Ao receber o ataque de Mortícia, o bicho nem sequer se moveu, apenas pendeu sua cabeçona de pano para o lado, permanecendo ali, parado, sem nenhum arranhão. Em nossos rostos, a surpresa era visível. O feioso colocou as mãos na cintura e soltou uma alta gargalhada.
 
— Impressionadas, vadias? Bela não é como esses seus monstros fracos e inúteis! Seus ataquezinhos de merda não lhe farão nada! Vai se arrepender amargamente por ter me ofendido!
 
Tudo aconteceu tão rápido que desta vez quem não teve tempo de reagir fomos nós. Aquele trequinho com cabeça de pano, desapareceu magicamente, reaparecendo no segundo seguinte com a cara colada na de Mortícia, soltando o berro mais alto e desesperado que já ouvi. Sombras negras envolviam os dois pokémons e giravam em torno deles.
 
O susto foi tão grande que Meiling e Lucy gritaram junto, com a primeira caindo sentada para trás, enquanto Anastasiya largou as sacolas e tapou os ouvidos com as mãos, se encolhendo no chão. Eu dei um passo para trás e usei meus braços para proteger o rosto de um possível ataque, instintivamente. Mas se para a gente já foi aterrorizante, imagina para Mortícia, que acabou não resistindo. Corri para segurá-la antes que tocasse o chão.
 
— Mais um lixo devidamente colocado em seu lugar. — Comemora o feioso, com as mãos na cintura. — Mas e agora, Bela? Quem deve ser a próxima vítima?
 
Ver Mortícia desacordada em meus braços, como há muito não via, me fez lembrar do dia em que a salvei da morte. Ou ao menos era o que pensava inicialmente, pois agora vejo que na realidade eu é quem fui salva, pois ela se tornou a melhor amiga que já tive na vida, estando sempre comigo em todas as situações, disposta a me livrar de todas as enrascadas em que me meto.
 
Ver alguém a tratando como se não valesse nada, me causa um sofrimento maior que qualquer ferida. Sinto meu sangue ferver e minha mente gritar. Meu corpo treme de tanto ódio acumulado por tantas injustiças que sou obrigada a suportar todos os dias. Esse desgraçado não pode sair impune.
 
Coloco-a calmamente no chão, e então avanço para cima do maldito empunhando a faca, deixando minha raiva transparecer com um grito. Mas Lucy corre até mim e me para com um forte abraço, dizendo para não fazer nada que possa me arrepender depois.
 
— Nossa, mas cê tá brava, vadia?
 
O feioso escroto zomba de mim, o que só me deixa com mais raiva, inclinando o tronco para aproximar seu rosto feio do meu, já que é bem mais alto. Lucy me segura com mais força, enquanto tento me soltar, doida para dar na cara desse ser nojento.
 
— Mas não precisa espernear, logo você vai se juntar àquele Pokémon fantasma inútil. Mas agora, só por ter me irritado, faço questão de deixar você por último, para que presencie suas amigas sofrerem! — Ele corre os olhos sobre nós, até fitar Meiling. — Então, Bela, que tal começar pela menor?
 
— Não! Espere! — Lá de trás, Anastasiya grita. Ela, que estava quieta até então, finalmente resolveu falar alguma cosa. — Tudo bem, você venceu! Nós desistimos e vamos te entregar tudo o que temos! Só nos deixe ir embora, por favor!
 
Puta que pariu, Anastasiya! Era melhor que tivesse ficado quieta! A única coisa que vou entregar para esse demônio são cortes de facadas! Tento contestar essa ideia insana, mas Lucy me interrompe, apontando para Meiling.
 
A ruiva olha para a mais nova e pede para ela fazer o que precisa ser feito. Porém, a caçula apenas olha confusa, parecendo não entender nada, perdida no mundo da lua como sempre. Ô bicha lerda.
 
Ela olha em súplica para Lucy, pedindo ajuda. A loira, sem falar nada, apenas alterna seu olhar da garota para a Pokémon em seus braços, esperando que ela entenda a mensagem.
 
Felizmente, parece que a ficha caiu e ela finalmente se tocou. Com um sorriso estampado no rosto, ela se aproxima das duas aberrações e ergue Musa acima de sua cabeça, a soltando em pleno ar.   
 
— Vamos, minha Musa! Cante!
 
Obedecendo ao comando, a bolinha rosa abre a boca e solta seus vocais, cantando uma melodia calma e agradável, capaz de relaxar qualquer um. Conforme vão ouvindo a música, tanto o feioso quanto o trequinho de pano começam a ficar sonolentos e molengas, até apagarem de vez no chão, caindo em um profundo sono, nos dando a oportunidade perfeita para fugir.
 
 
 
Derrotadas e humilhadas, nos refugiamos em nosso velho abrigo de sempre, para lamentar nossa miséria e cuidar das feridas. Podemos estar abaladas com a derrota, mas sei que vamos seguir em frente, não podemos deixar um dia ruim nos abalar.
 
A nossa modesta habitação é um barracão pequeno feito com madeira escura, já velhas, com algumas até apodrecidas. Eu o detesto, pois é gelado, e quando chove enche de goteiras, mas foi o que conseguimos. Uma senhora nos deixa ficar aqui em troca de alguma ajuda.
 
Mortícia, Wandinha e Flora ainda estão desacordadas, então nós as deixamos envoltas em lençóis para mantê-las aquecidas, já que conforme a noite vem chegando, a temperatura vai caindo.
 
Infelizmente, não há nada que possamos fazer por elas, apenas esperar e torcer para que se recuperem logo. Não temos nenhum medicamento disponível, pois apenas os privilegiados têm acesso a eles. O resto da população só se fode.
 
Meiling está sentada no chão brincando com Musa, enquanto come um resto de pão que sobrou de ontem. Lucy, muito atenciosa e paciente como sempre, me ajuda a limpar e enfaixar os cortes em meu braço, que ardem um pouco, mas não tanto quanto meu orgulho ferido. Ela também tenta acalmar Anastasiya, que está estupefata.
 
Pensativa e visivelmente nervosa, a ruiva se encontra sentada perto da janela, por onde entra a luz do sol da tarde que ilumina todo o cômodo, enquanto tenta beber um pouco de água em um copo descartável, mas sua mão treme tanto que acaba derramando antes de chegar à boca. 
 
Ela ficou de nos contar sobre a tal “coisa terrível que está para acontecer amanhã”. Mas sinceramente, não sei se acredito muito na gravidade disso, pois Ana sempre foi muito exagerada. Ela é do tipo que se preocupa demais, nunca vi alguém assim. Gosta de fazer um drama excessivo para qualquer coisa que saia do comum, por isso fica difícil acreditar. Sério, uma vez ela quase enfartou por causa de alguns Pokémon insetos que apareceram perto da nossa base secreta, comendo o mato.
 
Ao terminar de fazer os curativos, Lucy dá um beijinho em minha mão e se senta ao lado de Anastasiya, para reconfortá-la. Ela então desembucha de uma vez e nos conta a tal coisa terrível que ouviu mais cedo no mercado: que o Dia da Colheita será amanhã.
 
Ah, o Dia da Colheita. O dia mais amado pelos governantes e o mais temido pela população. Mas então quer dizer que era isso?  Porra, Anastasiya, é claro que esse dia chegaria, todo mês tem um! Passamos por isso desde que nascemos. É sério que agora ela vai surtar com coisas comuns também? Não aguento!
 
— Tá zoando que esse drama todo era por isso? — Me coloco de pé, para demonstrar melhor toda minha indignação. — Todo mês tem um Dia da Colheita, isso não é nenhuma novidade. Como não se acostumou ainda?
 
— Não é qualquer Dia da Colheita! — Ela também se levanta, com os punhos cerrados, devolvendo a indignação em sua expressão. — Francamente, vocês não acompanham as notícias, por acaso? Não viram o que aconteceu nos outros bairros?
 
Eu e Lucy nos entreolhamos, esperando que a outra soubesse responder à pergunta, mas pelo visto estamos na mesma.
 
— E eu lá quero saber o que acontece na porcaria dos outros bairros? Já tenho a minha própria vida pra me preocupar! — Bufei, voltando a me sentar no banquinho, porque já vi que isso vai longe e vou cansar.
 
— Se é notícia triste eu passo longe. Já basta o que vejo no dia a dia. — Comenta Lucy, se aproximando das Pokémon para dar uma checada em como estão.
 
— Eu só me importo com a sessão de entretenimento. — Meiling, dando de ombros, falando com a boca cheia de pão.
 
Anastasiya revira os olhos e esfrega o rosto com as mãos, a decepção estampada em sua face. Ela dá um profundo suspiro antes de continuar falando.
 
— Em diversos bairros superiores, os militares estão chegando em peso com todos os seus pokémons atrás de qualquer um que esteja em situação de irregularidade, ou que não esteja seguindo as regras. Vocês têm noção do que é isso?
 
Ela gesticula, nervosa, andando de um lado para o outro enquanto fala, aumentando levemente seu tom. Eu apenas reviro os olhos, entediada.
 
— E não descansam até que tenham fiscalizado cada canto, pessoa e estabelecimento, pois estão havendo muitas reclamações do aumento da criminalidade nos bairros. Coisa que você entende bem, Amaya.
 
Ela então cruza os braços, dirigindo seu olhar zangado a mim. Me sinto pessoalmente atacada.
 
— Ei! Tá olhando pra mim por quê? — Indago, sem paciência. — O que mais tem por aí é “cidadão de bem” fazendo um monte de merda e pagando de santo na frente dos outros! Tipo aquele velho cheio das joias falsas. O que eu fiz foi desmascará-lo!
 
Zango, ainda sentada, apontando na direção onde a loja fica. Lucy concorda com a cabeça. Anastasiya revira os olhos novamente e se vira para encarar a rua pela janela, ficando de costas para mim. Meiling continua no chão, comendo. E ainda não terminei:
 
— Se esses filhos da puta fizessem o trabalho direito e prendessem quem realmente deveriam! Mas não, só se preocupam com a segurança dos riquinhos nos bairros nobres, o resto da população que se foda! Nem recursos para todos eles mandam direito! Isso quando não são os próprios militares que estão envolvidos nos crimes, pois a maioria está! Por isso passam pano.
 
Cruzo os braços e encosto na parede, irritada com a vida. Lucy coloca as mãos em meu ombro para me confortar. Perdi a calma, que nem tenho, e acabei despejando tudo o que penso.  Anastasiya sabe como me tirar do sério, pois me irrito muito com esse jeito “sabe tudo” dela, de achar que é a voz da razão e que está sempre certa. Sei bem que também a irrito, mas ela consegue se controlar para não se exaltar, pois quer sempre mostrar que está no comando da discussão.
 
— É, mas você sabe que a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. É claro que vão jogar toda a culpa nos Fantasmas, que estão aumentando bastante também, como vocês já perceberam.
 
Ela faz uma pausa para tomar um gole de água e recuperar o fôlego, dando novamente uma olhadinha pela janela antes de voltar a falar. O dia está claro e não há uma nuvem sequer no céu. Pessoas podem ser avistadas ao longe, mas não há ninguém por perto para ouvir a nossa conversa. Tenho certeza que é isso que ela está verificando.
 
— Por isso temos que sair daqui o quanto antes. A tolerância vai ser zero e se nos pegarem não quero nem imaginar o que acontecerá! Eles dizem que não matam crianças e adolescentes, mas ninguém que foi levado voltou para contar história.
 
Ela volta a observar a rua novamente.
 
— Minha sugestão é o bairro Kappa, que é o mais próximo daqui. E como eles já passaram por isso recentemente, teremos algum tempo antes de nos preocuparmos de novo.
 
Respiro fundo. A ideia de nos mudarmos para um novo bairro, apenas para manter a velha rotina de sempre, me enche de preguiça e desânimo. Porém, dessa vez, não me calarei. Ela deu a sugestão dela, então darei a minha.
 
— Se vamos sair, por que não vamos para o Ômega?
 
Finalmente a oportunidade perfeita para sugerir algo que venho desejando há muito tempo: ir para o Ômega. Ele é o último dos bairros, sendo o mais longe do Alpha e do vagabundo do rei. Isso traz desvantagens, é claro, mas também algumas vantagens. Porém, o que eu realmente quero saber é se os boatos sobre uma possível rebelião são verdadeiros. Isso sim me interessa muito.
 
Só que conhecendo elas como conheço, imagino que não devam compartilhar da mesma ideia, especialmente Anastasiya, que pareceu engasgar quando ouviu. Já estava esperando xingamentos, mas para minha surpresa, ela apenas riu. Não sei se enlouqueceu de vez ou se está debochando, mas aproveito a reação não agressiva dela para tentar explicar.
 
Digo que, apesar da pobreza, pois sei que é o bairro que menos recebe recursos, essa falta de atenção do governo pode trazer vantagens, pois o torna um lugar mais fácil de se esconder, já que há menos fiscalização, portanto, mais liberdade. Não precisaríamos nos preocupar com os militares por lá o tempo todo, nem com uma Guarda, pois o Ômega, assim como a maioria dos bairros mais pobres, nem possui uma. O governo caga para bairros onde a população não tem muito dinheiro, verdade seja dita. É claro que a parte da possível rebelião, eu omiti.
 
Pela cara que Lucy fez, tenho certeza de que a ideia não a agradou, mas ela não disse nada, provavelmente porque não quer ficar contra mim. Já Anastasiya parece ter desistido de tentar disfarçar que estava a ponto de surtar, pois arregalou seus olhos e avançou até mim, com a cara vermelha de raiva. Aí vem a reação que esperava.
 
— Mas você enlouqueceu de vez? — Ela aponta com o indicador para a própria cabeça, demonstrando muito mais irritação em sua voz do que antes. — Tudo o que nós mais queremos é ficar longe de confusão e você quer pular de cabeça nela?! O Ômega é o pior lugar para se viver, lá só tem delinquentes! Qual é o seu problema?
 
Volto a me levantar para encará-la nos olhos, com nossos rostos frente à frente. Não me importo nem um pouco com o fato dela só ter treze anos, se me atacar, vou atacar. Ainda sou mais alta que ela
.
— O meu “problema” é que estou cansada de fugir! — Aumento o tom de voz para ficar mais alto que o usado por ela. Também sei gritar. — Fala sério, vocês não estão?
 
Lucy também se levanta, se colocando entre nós, tentando acalmar os ânimos. Não dou ouvidos, diferente dela, não fujo de conflitos. E estou cansada da Anastasiya achar que a última palavra tem que ser sempre a dela. Meiling, que ainda estava comendo no chão, para de mastigar e começa a prestar atenção.
 
— Viver de um lado para o outro, procurando um buraco de rato para se esconder, sempre com medo de tudo, NÃO É VIDA! — Explodo de uma vez, gritando com toda a força de meus pulmões, sentindo a garganta secar.
 
— MAS É A VIDA QUE TEMOS! — Finalmente, a princesa desce do salto e também grita, perdendo o controle que tanto estima. — A nossa realidade é essa e já passou da hora de você ACEITAR! — Ela amassa o copinho descartável e o atira na parede atrás de mim, que apenas observo, curiosa para ver até onde ela vai. — Cansada estou eu das suas atitudes inconsequentes! Se você quiser ir, então vá sozinha!
 
— Ai, parem de brigar! Já tá chato isso! — Meiling finalmente se levanta e entra no meio da discussão, empurrando eu e a surtadinha para longe uma da outra. — Ninguém vai ficar sozinha! A gente vai dar um jeito como sempre.
 
Se Meiling intervém, é porque está mesmo na hora de parar. Afinal, quando a pessoa mais madura do grupo dá uma ordem, as outras só obedecem. Voltei a me sentar em meu banquinho, respirando fundo para me acalmar e não discutir mais. A ruiva prontamente fez o mesmo, voltando a se sentar perto da janela, bufando. Meiling, que havia captado a atenção de todas, continua:
 
— Agora, vamos falar de coisa importante, como meu aniversário que está chegando!
 
Lucy, que até então estava assustada por conta da discussão acalorada, sorri e se aproxima por trás da mais nova, envolvendo-a em um aconchegante abraço.
 
— Ah, mas é claro, Mei! Não pense que esquecemos! Prometo que vamos comprar uma roupa tão linda que você vai parecer uma verdadeira princesa! Todos vão parar para vê-la cantar, com certeza!
 
— Não quero parecer uma princesa. — Indagou a menor, fazendo uma careta. Depois olhou para mim, sorrindo. — Quero parecer durona igual a Amaya!
 
— Ih, aí vai é espantar as pessoas. — Sorri de volta. Só ela para me fazer rir em uma situação dessas.
 
No fim, fui voto vencido e ficou decidido que iremos mesmo para o Kappa. Lucy e Anastasiya saíram para pedir as contas em seus respectivos empregos de meio período, enquanto Meiling foi com Musa fazer uma última apresentação. Eu fiquei no barracão para tomar conta das Pokémons. Mas havia uma coisa que ainda assombrava meus pensamentos.

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Mensagem por *Nina* Seg 13 Jul 2020 - 15:59

Eu não sei explicar o que me aconteceu. Só sei que quando vi aquela porta se abrindo, é como se meu corpo se movesse sozinho. E aqui estou, de volta ao lugar onde achei que jamais pisaria novamente. Definitivamente, as meninas vão querer me matar se souberem. Mas agora já é tarde para voltar atrás, se vim até aqui, devo ir até o fim.
 
Ainda parada na frente da porta, pelo lado de dentro, observo o local, iluminado apenas pela luz das janelas. É uma sensação estranha voltar, não só pelas desagradáveis lembranças, mas também por tudo continuar exatamente igual. É como se o tempo não tivesse passado.
 
 Está um pouco escuro, mas claro o suficientemente para perceber que as prateleiras continuam do mesmo jeito, com a mesma distribuição de berries organizadas por cores, cada uma no exato lugar em que me lembro. Hans é mesmo sistemático. Aquela mesinha, com um tabuleiro de xadrez, continua no mesmo canto, só ocupando espaço. A decoração também não mudou, as mesmas plantas e imagens de Arceus pregadas na parede, para pagar de santo na frente dos clientes, claro.
 
Olho para o relógio. São seis e vinte. Faltam menos de quatro horas para o toque de recolher. A diminuição do movimento nas ruas é um reflexo disso. Mas acredito ter tempo de sobra. Imagino que agora ele deve estar na cozinha dos fundos, batendo berries no liquidificador para fazer vitaminas, como sempre fazia.
 
O inconfundível som do objeto vindo do interior da loja confirma minha suposição. Sempre odiei esse treco barulhento dos infernos, mas agora agradeço sua existência, pois será de grande ajuda para abafar qualquer eventual ruído que eu possa deixar escapar.
 
Sem mais delongas, vou atrás do que procuro. Como já conheço, sei onde devo ir. Entro em seu escritório, andando na ponta dos pés para não fazer barulho. As persianas estão fechadas, então está escuro, mas os brilhos emitidos pelas pedras denunciam sua localização. Tem uma roxa, outra azul, amarela, enfim, várias cores. Não sei por que alguém iria querer isso, mas também não me importo, apenas as coloco dentro da sacola que trouxe. 
 
Até agora tudo certo, nenhum problema à vista. Mas não vou cantar vitória antes do fim, não dessa vez. O ruído do liquidificador continua. Enquanto ele estiver lá, estarei bem. Agora, o prêmio principal. Onde ele pode ter escondido?
 
Preciso pensar logo e agir rápido, o tempo não corre ao meu favor, ele não ficará na cozinha para sempre. Creio que o lugar mais óbvio para se guardar dinheiro seja o cofre da loja. Mas talvez seja óbvio até demais, pois afinal, é o primeiro lugar que qualquer pessoa que entrar aqui vai olhar, além de que é dinheiro de propina, então não acho que ele misturaria com o dinheiro obtido com a loja. Não, Hans é mais esperto que isso.
 
Só que eu sou mais. Já sei onde devo procurar. Prendendo a respiração e com passos leves e ligeiros para evitar qualquer barulho, deslizo em volta de sua escrivaninha, visando uma gaveta em particular. Finos feixes de luz, vindos da rua, escapam por entre as persianas e iluminam vagamente o local. Não é muito, mas o suficiente.
 
 
Abro a gaveta bem devagar, com a tensão à flor da pele. Há muitos papeis, canetas, grampos e bloquinhos de anotações. Afasto os objetos, tentando alcançar o fundo de madeira. Enfio minha mão por baixo deles e vou tateando em busca de algo. Bem ao fundo, encontro o que procuro: uma falha na madeira, um pequeno buraco. Ao tocá-lo com as pontas dos dedos, forço a tábua de um lado para o outro, cuidando para fazer o mínimo de ruído possível, apenas para confirmar o que já sabia. É um fundo falso.
 
Eu descobri a existência dessa belezinha quando via Hans sentar em sua mesa para fumar escondido. Aproveitei um dia que ele ficou fora para procurar seu esconderijo secreto. Ele não sabe que eu sei.
 
Com cautela, retiro os materiais de escritório para liberar um espaço seguro para puxar a madeira. Feito isso, abro a gaveta até o máximo e puxo levemente a madeira com uma das mãos, já com a outra em prontidão para procurar pelo dinheiro. Eu sinto que estou calma, mas minhas mãos não param de tremer.
 
Talvez seja por isso que, quando ia desencaixando a madeira solta, o pior aconteceu. Só um lado levantou, fazendo com que o outro se chocasse contra o fundo verdadeiro. Um barulho oco de madeiras batendo ecoou pela sala.
 
Meu coração parou e minhas vias respiratórias trancaram. Meu corpo gelou tanto que acho que minha alma deve ter saído por um segundo. Completamente imóvel, olho fixamente para a porta que leva até os fundos, esperando a qualquer momento a cara nojenta dele aparecer e me pegar no flagra, desejando com todas as forças que isso não ocorresse. Odeio me sentir assim, apavorada e vulnerável.
 
Felizmente, pela primeira vez em tempos, a sorte parece sorrir para mim, pois ele não apareceu, ainda se encontra na cozinha fazendo vitaminas, o liquidificador continua fazendo seu trabalho. Respiro fundo para me tranquilizar. Vamos, Amaya, falta pouco, não desista agora, pensa na grana.
 
Retirando a tábua com mais cuidado dessa vez, enfio minha mão na gaveta e sigo tateando com os dedos pela madeira lisa, tocando em coisas que prefiro nem imaginar o que sejam. E finalmente, lá estava ele.
 
Meus olhos brilham e um sorriso toma conta de minha face ao fitar o envelope e constar que todo o dinheiro estava lá, nota por nota. Oito mil pokedólares, porra! Ganhei meu dia! Toda tensão que sentia se esvai, e sou tomada por um profundo estado de satisfação e euforia. Então não era mentira, afinal. Confesso que tinha minhas dúvidas.
 
Ao me preparar para sair, não poderia perder a oportunidade de zoar com ele. Enquanto vou deixando o escritório, andando de costas com passos leves e precisos, aponto o dedo do meio na direção onde ele se encontra. Perdeu, desgraçado! Chupa, Hans! A única coisa que lamento é não poder ver a cara de sonso dele quando descobrir que está oito mil pokedólares mais pobre, sem nem saber como!
 
Feliz e radiante comigo mesma pela primeira vez em muito tempo, deixo o escritório e retorno para a loja rumo à porta da frente, para sair e nunca mais voltar, quando dou de cara com a presença assustadora de duas figuras sinistras me encarando do canto do cômodo. O choque do susto congela minha espinha e paralisa meu corpo. O som da sacola caindo no chão quebra o silêncio. Mas o que significa isso?
 
Não dá para dizer com certeza, mas aparentam ser dois homens. Um deles está sentado à mesa, posicionando calmamente as peças no tabuleiro de xadrez, enquanto o outro permanece em pé ao seu lado, imóvel. A luz da janela atrás deles projeta suas sombras sobre o chão, tão grandes que impedem a luz de chegar até mim, me envolvendo em sua escuridão.
 
Completamente atônita e apavorada, sem conseguir mover um músculo ou esboçar qualquer reação, eu apenas permaneço parada, sem entender nada do que está acontecendo, totalmente perdida entre perguntas e dúvidas. Mas quem diabos são esses? Como pode ter gente aqui? Tenho certeza que não havia ninguém quando entrei! E também não ouvi ninguém chegando! Então como é possível?
 
— Você quer viver?
 
Sou trazida de volta do meu estado de transe para a dura realidade, por uma sombria e grave voz, provavelmente do que está sentado, que havia terminado de colocar a última peça, o rei, em seu devido lugar no tabuleiro.
 
Hans? Tento pronunciar seu nome, mas nada sai, minha garganta está seca. Mas não acredito que seja ele, me lembro perfeitamente de sua voz nojenta sussurrando em meu ouvido enquanto me assediava. Definitivamente não é ele.
 
Passado o choque inicial, observo os dois com mais atenção agora. Estão usando vestimentas estranhas, formadas por uma longa capa sobre uma espécie de roupa ninja que cobre o corpo todo, tudo em um tom carmim.
 
E para deixar ainda mais bizarro, não é possível ver seus rostos, pois estão cobertos por sinistras máscaras que possuem o formato de uma caricatura de rosto humano, com expressões diferentes. A máscara do que está sentado sorri, porém, não transmite alegria, mas sim malícia, um sorriso maquiavélico. Já a do outro possui uma expressão de profunda tristeza e agonia congelada em sua face.
 
Que merda de roupa é essa? Será que está rolando alguma festa a fantasia brega em algum lugar? Novamente, a mesma pergunta paira no ar: Você quer viver? Mas dessa vez, com uma pitada de impaciência a mais na voz.
 
Apesar de inúmeras perguntas ainda rondarem minha mente, busco me acalmar e me recompor. Rapidamente arrumo a postura firmando a pose, desfazendo a cara de pavor ridícula que estava fazendo, substituindo-a por um semblante sério e destemido, para transmitir coragem e confiança. Não importam quem sejam, não me assustam e não vou me intimidar. Retomo a sacola em minhas mãos e os encaro de volta.
 
 — Estão aqui pra me prender? — Pergunto, com a voz firme, mantendo a frieza no olhar.
 
— Não. — O sentado responde imediatamente após minha pergunta, sem hesitar. Ele parece estranhamente calmo, mas não é possível dizer com certeza, devido à máscara. — Nós estamos aqui para salvá-la dessa vida. Ou para assisti-la ser condenada a uma pior.
 
Aquelas palavras me pegaram desprevenida, me atingindo em cheio. Arregalo os olhos, surpresa com a petulância do estranho mascarado, franzindo o cenho logo em seguida, ainda desconfiada e sem entender nada. Quem ele pensa que é?
 
A única coisa que me tranquiliza é que, pela forma como se vestem, não acredito que trabalhem para o exército ou governo. Ou caso contrário, eu já estaria no chão, amarrada e espancada. Além de que eles não parecem se importar com o fato de que estou invadindo uma loja e roubando. Mas mesmo assim, não posso baixar a guarda, pois boa coisa não devem ser, ou não estariam pelas sombras, escondidos por trás de máscaras. Porém, o que ele disse despertou minha curiosidade e me faz querer saber mais.
 
— Quem são vocês?
 
— Quem somos não é importante. — Ele responde, instantaneamente após minha fala, como se já esperasse a pergunta. Sua voz é grave e firme, mas está abafada pela máscara. — O que importa é o que queremos e o que podemos fazer. Mas no momento, o que importa agora é o que você quer e o que é capaz de fazer.
 
Continuo encarando desconfiada, com muita estranheza. Fala sério, hoje definitivamente não é um dia comum. É a segunda vez que me aparece gente esquisita, que nunca vi na vida, demonstrando um grande interesse por mim. Eu, que não sou ninguém, literalmente. Será que o fato de ter pedido desculpas mais cedo, coisa que não costumo fazer, e de ter tirado Anastasiya do sério, “quebrou” o universo? O que essa gente quer comigo? Por que eu, hein?
 
Antes que pudesse dizer algo, minhas narinas foram repentinamente invadidas por um terrível odor de carne podre que contaminou todo o ambiente. Não me contive e fiz uma careta de nojo assim que senti. Foi quando percebi que havia mais alguém na sala, bem atrás de mim.
 
Levei um puta susto que até dei um pulo. O maldito estava com o rosto bem próximo a mim, fungando em meu pescoço. Minha vontade era de dar um soco bem dado no abusado. E teria feito, se não fosse pela sua aparência macabra que me deixou sem reação.
 
Ele está usando a mesma roupa vermelha e capa longa, assim como uma máscara, porém, diferente dos outros, a sua aparenta ser feita de pele humana. Parece ser o rosto de alguém, que foi completamente cortado e colado sobre o seu. Simplesmente horrível. Levo a mão ao rosto, tanto para esconder minha expressão de desgosto quanto para proteger meu nariz. É dessa máscara que exala o cheiro horrível.
 
Novamente, ele aproxima sua cara nojenta de mim para continuar a bizarrice que estava fazendo: me cheirar. Ele cheira meu corpo e dá um profundo suspiro, me encarando com os olhos negros arregalados. Em seguida, solta uma fina risadinha maníaca e corre para junto dos outros, sentando-se na mesa, parecendo estranhamente entusiasmado, dando uma alta gargalhada que até me assusta.
 
— Ela é um deles! — Com a mão sobre a boca, ele cochicha no ouvido do que está sentado, em meio a risadinhas extasiadas e arfadas. O outro apenas balança a cabeça em concordância.
 
Olha, eu não sei quem são esses malucos e nem o que querem, só sei que preciso ir embora daqui urgentemente. Não sou seja lá quem eles pensam que sou. Não posso ser e nem quero. Abraço minha sacola com força pronta para fugir, esperando ser mais rápida que eles. Mas como se já previsse o que eu estava prestes a fazer, o cara da máscara sorridente volta a falar.
 
— Nós compartilhamos o mesmo sentimento, Amaya. Também odiamos Panema por tudo o que ela tirou de nós. Panema é um câncer que deve ser combatido e destruído.
 
Volto novamente toda minha atenção ao mascarado. Agora conseguiu captar meu interesse, apesar de ainda achar tudo muito estranho. Ele se encosta um pouco mais na cadeira para se endireitar. O farejador abusado segue sentado ao seu lado, sem tirar os olhos de mim, soltando alguns grunhidos vez ou outra. Já o da máscara triste continua em pé, parado no canto da sala, imóvel como uma estátua.
 
— Mas como é que você sabe o m...
 
— Nós estamos em todos os lugares. Temos olhos e ouvidos por toda parte. — Ele me interrompe, passando a abrir os braços na direção de seus comparsas. — Vivemos em um sistema falho que precisa de correção. Pretendemos enterrar Panema junto com todos que contribuem de alguma maneira para sua permanência. Quem não está conosco, está contra nós. Por isso estou lhe dando a chance de decidir. Você quer viver?
 
Espera um pouco, então quer dizer que realmente há uma rebelião acontecendo? Eles são revolucionários de verdade? Puta merda! Não acredito que isto está acontecendo!
 
Ok, eu sei que eles são macabros e que isso é tudo muito suspeito, mas quem liga? Acabar com Panema e fazer o rei e os militares sofrerem é o meu objetivo de vida. Porém, a imagem de Lucy invade minha mente no mesmo instante, me impedindo de dar uma resposta.
 
— O que você pode nos oferecer? — Ele continua falando, diante da minha hesitação. — Quão grande é o seu ódio pelos seus inimigos e o quão forte isso te torna? Até que ponto é capaz de ir para sobreviver e conseguir o que deseja?
 
Sigo em silêncio, cerrando os punhos, ainda em dúvida do que devo fazer. Antes de prosseguir com o que falava, ele move uma peça no tabuleiro de xadrez, como se estivesse iniciando uma partida.
 
— Mas para ter um papel nessa nova era, precisa provar que merece. Para que eu possa salvá-la, você deve provar que é capaz de salvar a si mesma. Seu teste começa agora.
 
Quando finalmente resolvo dizer algo, sou bruscamente interrompida pela batida do escancarar da porta da frente da loja. A luz é acesa de repente, iluminando tudo. Olho assustada na direção do som, apenas para ter a pior surpresa da minha vida. Aquele velho gordo e careca, da loja de joias que destruí mais cedo, simplesmente invadiu o local, vindo do nada.
 
— Sua filha da puta, desgraçada! — Ele berra, correndo em minha direção, com a fúria estampada em sua face. — Você arruinou meu negócio! Eu vou matar você!!
 
O quê?! Mas que merda essa porra faz aqui?! Ele avança para cima de mim como um carro desgovernado, tentando prensar meu pescoço com as duas mãos, mas felizmente, sou mais rápida.
 
Solto a sacola para deixar as mãos livres, e rapidamente bato em seus braços para mantê-los longe de mim. Aproveito a proximidade dele para acertar-lhe mais um merecido chute no meio das pernas, com muito gosto! Ele cai no chão, se contorcendo de dor.
 
— Haha! Achou mesmo que conseguiria me matar velhote? Pois tome! — Zombo dele, acertando outro chute, dessa vez em suas costas, fazendo-o gemer novamente. — Aquele seu negócio de joias falsas já era falido desde o começo! Mas olha só, sempre que estiver afim de apanhar, é só me procurar que nisso eu posso ajudar!
 
Rio, cantando vitória. Adoro debochar dele, esse velho é uma piada, não sei o que tem na cabeça. Bom, se o mascarado queria ver o que faço com meus inimigos, então aí está. Alguns fios de cabelo haviam caído sobre meus olhos quando dei o golpe, então os empurro de volta para trás da orelha. Em seguida, me viro para pegar a sacola que havia largado, quando sinto um impacto atingir meu rosto em cheio, sendo jogada para trás, sem conseguir reagir.
 
Quando recupero meus sentidos, percebo que estou no chão, alguns centímetros atrás de onde estava antes, com o rosto próximo a uma prateleira. Sinto uma profunda dor latejar em minha bochecha e nariz, de onde escorre um pouco de sangue. Foi então que me dei conta, o barulho do liquidificador havia parado.
 
Viro o rosto buscando a face do meu agressor. Os cabelos castanhos bem curtos e o bigodinho fino ridículo não me enganam, é o desgraçado do Hans, que saiu da cozinha e resolveu dar o ar da sua desgraça, para meu desgosto.
 
Suspiro desanimada. E pensar que eu poderia estar bem longe agora, aproveitando meu dinheiro. Por que as coisas têm que ser sempre tão complicadas?
 
— Então é por isso que veio? Você é muitas coisas, mas não imaginava que fosse uma ladra. — Ele estava agachado, mexendo em minha sacola e retirando seu conteúdo.
 
Merda, fui descoberta. Mas agora não há tempo para lamentar, preciso dar o fora o quanto antes. Sem Mortícia aqui para me ajudar, as coisas podem ficar feias. Engulo o ódio e limpo o sangue que saía do meu nariz. Mas ao levantar, sou novamente atacada por aquele velho da outra loja, que agarra meu pescoço e aperta com força.
 
Profetizando minha morte, ele me empurra até me prensar contra a parede, enquanto luto para me soltar. Acerto diversos socos e chutes nele, arrancando sangue inclusive, porém, sua vontade de me estrangular é tanta que ele não recua nem um passo, apertando meu pescoço cada vez mais forte.
 
Respirar começa a se tornar difícil e um desespero real vai tomando conta de mim. Debato meu corpo cada vez mais para me soltar. Não posso morrer nas mãos nojentas de um verme desse! Eu preciso sair!
 
— O que pensa que está fazendo?
 
Para minha surpresa, Hans o afasta de mim. Sinto o ar voltando e consigo respirar novamente, porém, a pressão de suas mãos continua presa em minha garganta, que coça e me faz tossir, arfando. É possível ver a marca vermelha de seus dedos em meu pescoço. Velho maldito!
 
 — Essa vagabunda destruiu minha loja!! — Gritou o velho babaca, batendo os pés, desesperado. — Ela arruinou todo o meu negócio!! Os militares estão vindo amanhã e o que vou fazer agora!?
 
— Ora, mas que adianta matá-la, que utilidade tem um cadáver? — O escroto mais alto ri de forma cínica, olhando para mim logo em seguida. — Eu tenho uma ideia muito melhor do que fazer com ela.
 
Quando ele se aproxima, respiro fundo para segurar a vontade de tossir e me concentro unicamente em me defender. Tento acertar um chute naquele lugar, mas o desgraçado consegue impedir com o joelho. Eu já devia saber que Hans não é tão mole quanto o outro. Isso não vai ser tão fácil, mas não me entrego sem luta.
 
Já que não deu certo com o pé, então vai com a mão mesmo. Finalmente, me preparo para entrar no modo “Amaya Putaça” que tanto amo, pronta para acertar um soco com toda força em seu saco e em qualquer outro lugar que for necessário. Só que, infelizmente, ele consegue agarrar meus braços antes, pegando bem nos lugares que estão machucados. A dor me faz fraquejar.
 
Em um movimento bem rápido, ele me puxa para junto de si, me virando de costas para ele, envolvendo seu braço direito em meu pescoço, me agarrando com força para me imobilizar.
 
— Você se acha tão esperta, não é? — Ele sussurra em meus ouvidos, com sua voz nojenta que me enche de asco, enquanto me debato em seus braços. — Não pensei que a veria de novo, mas é bom que tenha resolvido aparecer justo hoje! Você vai ser um ótimo presente para os militares! Assim compensa o dinheiro que me fez perder quando se demitiu!
 
Ao ouvi-lo dizer isso, lembrei do que aquela bruxa disse mais cedo, sobre o negócio secreto que ele tem com os militares, vendendo pessoas. Filho da puta, miserável! Fico assustada em pensar que alguém possa fazer algo assim. Mas não vou permitir que me vendam como se fosse uma propriedade!
 
O desgraçado me prende com força, mas não me dou por vencida. Agito meus braços em busca da liberdade, tentando ao máximo ignorar a dor dos cortes. Debato meu corpo e bato minha cabeça contra seu peito, conseguindo, enfim, afrouxar meu pescoço.
 
Aproveito a grande oportunidade para cravar meus dentes em seu braço branquelo, mordendo com toda força. Sinto o gosto horrível de carne e sangue invadirem minha boca, mas não paro, vou escapar a todo custo.
 
Minha tática funciona e ele me solta, mas não do jeito esperado, pois acaba me jogando para frente, tão rápido que não consigo manter o equilíbrio e caio, chocando a testa direto contra a prateleira. Deito no chão imobilizada pela dor na cabeça, colocando a mão no local do corte que se formou.
 
— Que merda, preciso tomar mais cuidado. — Ele se abaixa ficando bem próximo a mim, retirando minha mão da testa para ver o machucado. — Se causar algum dano permanente no seu rosto, o preço vai abaixar. — Em seguida, ele olha para o próprio machucado no braço, passando os dedos em cima. — Agora me lembro de como você é selvagem!
 
Engolindo toda a dor que sentia, consigo me sentar no chão e acertar um chute nele, seguido de um soco. Mas acho que não foram meus melhores golpes, pois o maldito permaneceu no mesmo lugar, usando a mão e o joelho para se equilibrar.
 
E então, o desgraçado começa a me fitar profundamente, com um olhar maníaco e um sorriso cínico, que me enchem de raiva e nojo, enquanto solta uma gargalhada maliciosa, parecendo um louco.
 
— Não se preocupe, quando eu acabar com você, vai ficar bem mansinha.
 
Foi aí que ele avançou para cima de mim novamente, me agarrando com força pela blusa e pelos cabelos, me forçando a levantar. Tento resistir, lutando desesperadamente para me livrar, mas ele consegue me arrastar para longe das prateleiras e me joga no chão, em um espaço mais livre. Depois, se volta para o velho, que apenas assistia tudo.
 
— Feche as janelas, tem uma fera que precisa ser domesticada.
 
Hans arranca o avental que usava e o joga longe. O velho da outra loja sorri maliciosamente e corre para puxar todas as persianas, dizendo que será o próximo.
 
 
Caída no chão, de baixo de seus olhares nojentos deslizando sobre o meu corpo, me dou conta do que ele pretende fazer. Entro em pânico. Começo a me arrastar pelo chão, procurando ficar o mais longe possível dele, mas antes de conseguir levantar, sou puxada pela perna para perto dele novamente, que se posiciona sobre mim, prensando meu quadril entre os joelhos, aproveitando o fato de ser maior e mais pesado que eu para me segurar.
 
Grito e me debato feito louca, me esforçando ao máximo para tirá-lo de cima de mim a qualquer custo. Ter seu corpo asqueroso se esfregando no meu, é a pior coisa que poderia me acontecer e me dá vontade de vomitar. Filho da puta, desgraçado!
 
Durante a tentativa de me livrar, arranho todo o seu rosto e pescoço, mas cada vez que o machuco, ele revida, seja com um tapa na cara ou um soco na barriga. No meio dessa briga, uma das alças da minha blusa foi rasgada.
 
As dores nos braços e na testa já não importam mais, agora só sinto medo, desespero. Ele abre e retira o cinto da calça. Tremo de nojo e aflição, morrendo de ódio por não conseguir me livrar dele.
 
Por que não consigo me soltar? Por que isso está acontecendo? Por que as coisas têm que ser assim? Como foi que cheguei a isso? Nem conseguia mais pensar direito, só queria afastá-lo para longe de mim.
 
Ele abre meu shorts e tenta puxá-lo, mas no mesmo instante, enfio a unha em seus olhos e aperto com força querendo furá-los. Uma pitada de esperança brota em meu coração, mas por pouco tempo, porque ele agarra meus braços e os empurra. Em seguida, me acerta mais um tapa na cara, um pouco mais forte que os anteriores. Ao virar o rosto, acabo me deparando com algo que já havia até esquecido.
 
Os tais mascarados. Sim, ainda estão ali, nos mesmos lugares de antes, me assistindo ser subjugada, sem mover um músculo. Estranhamente, a presença deles parece não ter sido notada pelos dois agressores malditos, como se apenas eu pudesse vê-los.
 
Grito por socorro, suplicando ajuda com o olhar, enquanto Hans abre o botão do meu shorts e começa a tirá-lo. A essa hora, todo meu orgulho já está morto. Mas eles nada fazem.
 
— Ninguém vai salvar você. — O da máscara sorridente fala, enquanto continua sentado, movendo calmamente as peças de xadrez no tabuleiro. — Sabe o que tem que fazer se quiser se salvar. Mas parece que você não é tão forte quanto pensa. Que decepção.
 
Foi aí que me dei conta que ainda há uma chance. Sinto a esperança brotar novamente em meu coração. Nem tudo está perdido. Olho para aquele homem nojento e repugnante se esfregando em mim, e deixo que o ódio e a raiva assumam o controle.
 
Quando ele se afasta um pouco para terminar de arrancar meu shorts, é a oportunidade perfeita. Encolho as pernas e estico os braços buscando alcançar meu sapato. Preciso ser rápida ou ele vai me impedir. E lá está, escondida em minha bota, minha salvação.  
 
— Eu não serei estuprada, seu filho da puta nojento! Nem hoje, nem nunca! — Grito a plenos pulmões, chamando a atenção de todos na sala. — Não deixarei nenhum homem usar meu corpo como um objeto!
 
Totalmente dominada pelo ódio e pela adrenalina que corre em minhas veias, agarro e retiro a faca que havia guardado dentro da bota. Em um movimento rápido e desesperado, enfio diretamente em sua garganta, com toda a força que consegui juntar no momento. Ele para imediatamente o que estava fazendo, soltando um grunhido ao receber o golpe.
 
Usando as duas mãos, empurro o objeto para perfurar e cortar com mais intensidade. Sangue começa a escorrer da ferida, pintando meus braços e meu corpo de vermelho, mas não paro. Não deixarei esse desgraçado sair impune dessa! Não pode e não vai!
 
Após ter enfiado toda a lâmina em sua pele, a retiro. Com uma expressão de horror congelada em sua face, meu quase estuprador tenta se manter firme, mas não resiste e cai para o lado, se debatendo no chão sobre uma poça de sangue que começa a se formar abaixo dele, jorrando da ferida. Eu apenas o observo enquanto agoniza.
 
Estava livre, finalmente. Quem diria que o objeto que quase me matou anteriormente seria responsável por salvar minha vida. Respiro pela boca com dificuldade, arfando, como se o ar estivesse acabando. Mechas de cabelo caídas sobre o meu rosto oscilam a cada respiração. Sinto calor, porém meu corpo todo está gelado.
 
Porém, apesar de ter conseguido me livrar dele, ainda não sinto que estou segura. Continuo segurando a faca, com tanta força que chega a doer, deixando o seu formado marcado em minha pele. O que foi que eu acabei de fazer?
 
No mesmo instante em que dei a facada, o cara com o rosto humano colado soltou uma alta gargalhada e bateu palmas, parecendo ter gostado muito do que viu. Quem também gritou, mas de desespero, foi o velho da outra loja, que assistia a tudo, completamente apavorado.
 
Ainda tomada pela raiva e pelo medo, rapidamente me coloco de pé, apontando a faca para ele, ameaçando matá-lo também caso se aproxime. Ele me olha aterrorizado, como se eu fosse um mostro, e se põe a correr para fora da loja, gritando por ajuda e pelos guardas. Mas não consegue ir muito longe.
 
Porque o cara da máscara triste, que até então permaneceu totalmente imóvel, resolve agir, empurrando a capa para o lado, exibindo um revólver preso à cintura. Com uma incrível velocidade e sem nenhuma hesitação, ele retira a arma e aponta para o velho, apertando o gatilho. Meus tímpanos quase estouram com o estrondo seco do tiro e pelo grito agudo e animado de um dos mascarados, seguido pelo baque do corpo inerte estatelando no chão.
 
Largo a faca e solto um grito, tapando os ouvidos com as mãos ensanguentadas. Minhas pernas fraquejam e meus joelhos amolecem, me fazendo cair sentada no chão. Assistir alguém ser baleado, me traz lembranças dolorosas... aquelas do dia em que meus pais foram assassinados.
 
Meu coração dispara loucamente e meu corpo trava. Não consigo levantar, me sinto débil. Olho para os cadáveres, para o chão todo manchado de sangue e para minhas mãos ensanguentadas. Meus olhos se enchem de lágrimas. Sei que eram dois filhos da puta desgraçados que mereciam morrer, então por que me sinto tão mal?
 
— Então é isso, você conseguiu. Poderia ter sido melhor, mas já foi suficiente para perceber que você tem potencial.
 
Olho para os malditos mascarados, incrédula com a existência deles. O da máscara sorridente continua mexendo no tabuleiro, como se nada fora do normal tivesse acontecido, movendo a peça do cavalo para uma casa próxima ao rei e à rainha. O do rosto humano pula e ri loucamente, se divertindo à beça com toda a desgraça que ocorreu. Já o da máscara triste voltou a ficar imóvel no canto da sala. Diferente de mim, ele não parece nem um pouco abalado por ter tirado a vida de alguém.
 
Mas quem esses desgraçados pensam que são? O que eles são? Por que estão fazendo tudo isso? Por que isso está acontecendo comigo?
 
Engulo o choro, pois não quero demonstrar fragilidade na frente deles, não mais do que já fiz. Minha vontade era de mandar que calassem a boca e xingá-los de tudo quanto é nome, mas minha voz não sai. Apenas permaneço calada, encolhida no chão contra a parede, me sentindo um lixo, a pior pessoa que já existiu nesse mundo.
 
Mas como se já não estivesse na merda o suficiente, mais alguém adentra o cômodo. A pior pessoa que poderia aparecer no momento. Com seus cabelos loiros cor de palha balançando ao vento, ela se detém ao observar toda a cena, com o pavor estampado em seus olhos castanhos, com toda razão.
 
Lucy. A última pessoa que gostaria que me visse nesse momento, coberta de sangue e rodeada por cadáveres. Ela é a única pessoa que consegue me amar e que ainda vê algo de bom em mim. Mas agora tudo está acabado. Vou perdê-la também.
 
Grito para que ela se afaste e vá embora, me encolhendo cada vez mais no chão. Não quero que ela me veja. Também não quero encará-la, não depois do que eu fiz. Porém, ignorando meus pedidos e contrariando minhas expectativas, Lucy corre até mim e me abraça fortemente, o abraço mais caloroso e reconfortante de todos. Eu a abraço de volta, deixando as lágrimas que segurava escorrerem de meus olhos. Finalmente, me sinto segura.
 
— Calma, vai ficar tudo bem. Tenho certeza que você fez o que tinha que fazer para se defender, não a julgo de forma alguma. Agora já acabou. — Ela passa a mão em minha cabeça, tentando me reconfortar, mas sinto em meu coração que está longe de ter acabado. — O que aconteceu, Amaya? Um Pokémon estranho com uma boca de zíper me trouxe até aqui.
 
Nada respondo, apenas continuo me apoiando nela. Nem sei o que dizer, só quero que esse abraço não acabe nunca. Até que ela olha na direção onde estão os mascarados. Sua expressão muda totalmente.
 
 — Quem são vocês? O que querem com a minha namorada? — Ela se levanta e passa a encará-los, irritada como quase nunca a vejo. — Essas máscaras.... — Ela franze o cenho, como se estivesse tentando se lembrar de algo, até aparentemente conseguir, voltando a se portar com determinação diante deles. — Vocês são daquele grupo de revolucionários que dizem querer mudar Panema, não são?
 
Arregalo os olhos, surpresa por descobrir que ela já sabia sobre eles. Também me impressiona vê-la tão confiante ao confrontá-los. Lucy costuma ser a mais calma de nós, mas quando o assunto é o nosso bem-estar, ela se transforma. E eu adoro isso.
 
Contudo, os mascarados parecem não dar a mínima para ela, apenas o da máscara de pele humana, que finalmente para com seu irritante riso, permanecendo todos em silêncio. A loira então continua falando, em um tom alto e imperativo, obstinada.
 
— Pois seja lá o que estão planejando, fiquem longe da minha namorada! Não metam ela em problemas! Saibam que ela não precisa de gente como vocês, pois já tem a mim! Se vocês acham que...
 
Ela interrompe sua fala, ao notar que um deles estava bem próximo, tentando cheirá-la, do mesmo modo estranho que fez comigo mais cedo. Ela se afasta dele, receosa e confusa. Porém, diferentemente daquela vez, ele não parecia estar alegre por baixo da máscara de pele humana, mas sim bravo, podendo ser percebido pela forma zangada com que encarava Lucy, torcendo os lábios.
 
 — Ela não é um deles...
 
Lucy arregala os olhos, olhando assustada para eles e depois para mim. Eu retribuo o seu olhar, igualmente confusa. Meu coração dispara, parecendo querer saltar do peito, e meu estômago dá um nó. Sinto que algo horrível vai acontecer.
 
Encaro os mascarados, em particular o que está sentado, temendo a sua reação do fundo do meu coração. Ele levanta o indicador da mão direita e empurra a peça da rainha, derrubando-a para fora do tabuleiro.
 
— Que pena.
 
Em um piscar de olhos, o cara da máscara triste joga a capa para o lado, retira novamente a arma da cintura e avança em direção a nós. O olhar afoito de Lucy buscando o meu é a última coisa que vejo, antes de sentir minha vida sendo arrancada de mim novamente.
 

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Mensagem por Black~ Seg 13 Jul 2020 - 19:32

Well, c'mon

Bem, já tinha lido anteriormente, então vou tentar lembrar as coisas porque to com preguiça de reler, mas enfim, vamos lá kkk.

A formatação parca do fórum ironicamente permitiu que você postasse o capítulo em duas partes separadas kk, e ele basicamente foi assim mesmo, visto que teve a primeira parte envolvendo a questão do esconderijo com os outros fantasmas e depois toda a maluquice na loja.

Primeiro a parte do esconderijo. Foi muito bom você ter feito um capítulo só, porque se terminasse ali na parte do esconderijo ia ficar estagnada a história e tals. De toda forma, eu gostei, porque você pôde explorar a personalidade de cada uma ali. A Lucy tentando ser pacificadora enquanto a Amaya era extremamente impulsiva kkkkk. De toda forma, foi bem movimentada essa parte e foi bem interessante principalmente pelo final, onde apareceu um maluco totalmente bizarro com o Mimikyu, deixando mais mistério a seguir.

Como eu dizia das personalidades, essa questão foi trabalhada ainda mais na discussão delas no antigo abrigo, quando a Amaya e a Anastasyia brigam. A Meiling como sempre aleatória a tudo kkkk, enquanto as outras duas acabam tendo um choque muito grande por a Anastasya querer sempre estar na liderança e a Amaya não aceitar muito pacificamente. E a Lucy só "não briguem" kkkkkkk. No final das contas, acho que a decisão da Amaya parecia ser a mais correta apesar de só ter vagabundo lá no Omega.

Bem, a segunda parte é onde o pau comeu sem dó kkkkkk. Primeiro, sobre o roubo. Eu realmente imaginava que não daria certo né, mas por um momento pensei que poderia ter dado certo, mas na moral, esse Hans é um bosta mesmo. Pior que quando ele disse que não era pra matá-la imaginei que ele iria torturá-la e/ou estuprá-lo. Lixo.

Aqueles caras eram extremamente bizarros, principalmente o de máscar humana kkk. Na real eles meio que impediram a Amaya de realizar o roubo né kkk. A gente pode pensar que eles eram muito babacas né e realmente são, já que não fizeram nada, mas gostei do """""empoderamento"""" forçado que fizeram, já que a Amaya acabou tirando forças sabe Deus de onde e conseguiu matar o Hans sozinha, de modo que os encapetados se "orgulhassem" dela.

De toda forma, eu achei muito estranho esse negócio do cara cheirar a Amaya e falar que ela "era uma", algo assim, e depois cheirar a Lucy e dizer que não era. Eu imaginei que fosse sobre serem fantasmas e tals e quando ele leu a Lucy ele viu que ela poderia não ser ou algo assim, mas a Amaya de fato não nasceu assim né, ela era do Delta, então ela meio que era rica, que foi o que pensei ser sobre a Lucy. Outra coisa que imaginei ser, e que imagino ser a mais provável, é sobre o fato de eles "cheirarem" quem quer a revolução. Sendo assim, a Meiling e a Ana correm perigo, visto que não é a ideia delas.

Agora, o final, que coisa hein. Eu achei um plot twist carpado logo no segundo episódio. Foi extremamente deprimente, mas eu gostei dessa coragem digna de George Martin kkkkk, mas a bruxa no final das contas estava certa, sobre dar apenas 3 negócios. Agora, é entender se ela realmente é vidente ou se tinha parte com eles. Senti falta da bruxinha nesse capítulo kkk. Mas no geral também é ver que essa morte vai ter muito impacto na fic né, por isso também é muito bom isso, porque não é uma morte por morrer, e sim algo extremamente necessário para o desenvolvimento da Amaya, fazendo certamente com que ela crie uma dualidade em relação aos revolucionários. A esperar.

Bem, como já disse algumas vezes nesse mesmo comentário kkkkkkk, esperando pra ver o que se trata essa equipe. Afinal, eles não são bonzinhos, mas estão querendo derrubar o rei. Vamos ver como vai se desenrolar essa história e principalmente o que a Amaya vai fazer agora.

Fazer um edit monstro aqui pra comentar que achei muito interessante que a maioria dos pokémon que apareceram são do tipo fantasma, apesar dos três pokémon das outras protagonistas, e isso parece até uma brincadeira com o nome, mas acho que não foi proposital, apenas achei legal detalhar kkk.

Creio que é isso.
Então, é só e boa sorte com a fic.


Última edição por Black~ em Seg 13 Jul 2020 - 21:03, editado 1 vez(es)

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The Adventures of a Gym Leader - Capítulo 48
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Mensagem por Shiota Seg 13 Jul 2020 - 20:59

Hey Nina o/

Hora de aproveitar meus privilégios pra variar e comentar o cap logo após sair.

Primeiro de tudo antes que eu esqueça de falar disso, e inclusive eu não lembro se já falei disso, mas eu gosto bastante de como cada uma das protagonistas agem de uma forma única e com personalidade, deu pra ver bastante disso tanto na briga inicial do capítulo, quanto e principalmente na discussão depois dela. E eu com certeza to com a Amaya nisso, tinha mais era que brigar mesmo, fiquei levemente puto quando a Lucy segurou a Amaya com faca KKKKKKK. 

Como você disse, o cap foi bem movimentado e, embora eu não concorde sempre que “caps movimentados com ação e tal são mais interessantes e fluídos, enquanto caps mais parados são mais chatos”, acho que nesse realmente a ação toda fez fluir bem e passar bem rápido.

Bom, eu não sei muito o que comentar dessa primeira briga, mas apesar disso eu gostei bastante dela, achei bem legal de ler. É bem daora também como, por todo o contexto do enredo da fic, “batalhas Pokémon” como as de costume são praticamente inexistentes até o momento e os “treinadores” é quem acabam brigando mais que os Pokémon KKKKKK, com isso, a história poderia muito bem nem ser de Pokémon.

E falando nos Pokémon, bem, dessa vez eu não tenho nem muita ideia de quais são os que apareceram, mas também não me esforcei muito pra pensar sobre DKOSAPSDK só aceitei que são uns bicho estranho e pronto.

No meio da confusão toda, eu já tava lembrando do final do último capítulo e me perguntando “pra onde que foi toda aquela história de que vai acontecer sei lá o que amanhã”, o que acabou vindo logo em seguida. Bom, assim como a Amaya eu fiquei meio “ah então era só isso?”, não sei se por já saber do que se trata, mas ela falou no outro cap como se fosse algo inédito, o que não é o que algo com “dia da” passa dsijkapsgakopdkasd. Então, mais uma vez, to com a Amaya nisso ai. Inclusive, eu adorei a admiração e inspiração da Mei por ela, foi legal e fofo de ver.

Já indo pro segundo conflito… vindo de você, eu tava MUITO preocupado com ela invadindo o lugar ali, eu tinha certeza que ia dar alguma merda no meio do caminho e a Amaya seria pega. Fiquei bem tenso com o roubo e, quando ela foi saindo após conseguir roubar…………………… foi como o meme do “o início de um sonho / deu tudo errado” aaaaaaaaaaaa.

Serio, eu fiquei internamente pensando “por favor só sai dai logo e vai viver com o dinheiro antes que o desgraçado pare de fazer vitamina”, mas já estava bem ciente de que os mascarados não deixariam tão fácil… aliás, eu gostei deles, embora tenham de certa forma me lembrado algumas personalidades meio comuns de vilões em animes, são personalidades que eu gosto, então gostei bastante de vê-los.

Eu só não entendi bem como que o velho lá foi parar aí também. Ele foi guiado pelo Banette como a Lucy foi? Sei lá, só achei um pouco bizarro ele aparecer do nada assim oijfdpskjgpsoakhiopksd. E aliás, pelo envolvimento do banette eu to teorizando aqui de que a vidente tem algo a ver com os mascarados e eles “armaram” tudo isso pra que ela aparecesse. Como sempre, acho legal que você se propõe a trabalhar com temas sérios, como foi a cena de “quase estupro” agora. Aliás, ainda bem que os dois morreram, nisso to satisfeito. Por um bom tempo eu fiquei imaginando que você tinha esquecido a presença dos mascarados ali, mas depois percebi que era proposital, aparentemente eles conseguem se ocultar bastante mesmo.

E com isso, o último parágrafo. Cara… eu reli isso três vezes analisando palavra por palavra e cheguei a conclusão que uma das coisas que eu menos queria que acontecesse, acontecerá. A ação do mascarado e a parte do “minha vida sendo arrancada de mim novamente”, unido a “profecia” da vidente………………………………. é isso, vou ter que superar desde já. Quero ver qual vai ser a explicação desse troço de “é/não é um deles” do cara que fica cheirando o povo e porque aparentemente só a Lucy “não é”, visto que pela “profecia”, seriam três em vez de quatro agora. E também quero ver como que vai se desenrolar a trama com esses mascarados, visto que a Amaya tinha interesse na tal rebelião antes, mas se a Lucy morrer eles vão ter que no mínimo sequestrar a Amaya pra ter algo com ela KKKKKKKK. 

Enfim, é isso, estou triste mas fic que segue, tururu. Até mais o/

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Mensagem por Brijudoca Ter 14 Jul 2020 - 20:36

Nina parabéns por TRANSCENDER o conceito de capítulo longo metendo logo dois posts pra caber tudo kkkkkk

Elogiar sua escrita pode parecer chover no molhado, mas nesse capítulo vou destacar os dois momentos que fiquei mais impressionado. O primeiro foi durante a disputa pelo esconderijo, em que foi tudo muito detalhado e eu ficava ansioso enquanto lia, esperando o próximo twist e torcendo pelas meninas. A batalha contra o maluco e o Mimikyu (dessa vez até eu consegui descobri qual pokémon era sem maiores problemas kkk) também foi bem única, e muito bem bolado a estratégia de escapar com o canto da Igglybuff. Fiquei triste pensando nas fantasminhas machucadas sem um centro pokémon pra serem cuidadas Sad

E o segundo momento, não poderia ser outro senão a tentativa de estupro. Cara, foi muito pesado e muito difícil de ler, não vou mentir. Fiquei temeroso, agoniado, com as mãos agarradas na cadeira, e torcendo por tudo que é mais sagrado pro pior não acontecer. Sério, que nojo do Hans e do outro velho puta que pariu. Felizmente eles não foram capazes de domar o espírito feroz da Amaya, sério, que mulher! Vou sentir saudades de ler os pensamentos da garota pelos próximos capítulos.

Claro que desde o capítulo anterior esse plano tava com cara de cilada, mas achei muito curiosa a ação dos mascarados bizarros. Só posso entender que eles são seres mágicos ou com alguma habildiade extraordinária, pelos pnc não os terem visto. Se eu fosse tentar entender alguma coisa pro agora, diria que eles podem ter alguma coisa a ver com a cena do prólogo.

E que dor que foi ler a morte da Lucy. No momento que ela apareceu já tava prevendo a merda, pensando na fala da cigana, só não esperava que fosse feito de maneira tão fria, e sob uma justificativa tão "vazia" pra nós. "Não é um deles", agora vou ficar me remoendo nesse lance de QUEM SÃO ELES MEU DEUS? E ainda ficar sofrendo imaginando a vida das garotas, que já estavam com as relações fragilizadas, agora com um baque desses.

Agora, como comentei antes, um elogio para a trilha sonora. Sempre dou um espaço do comentário pra elogiar a escolha das músicas nas fics que o fazem, pq eu curto me sentir imerso e nesse capítulo foi primordial, recomendaria até aos beta readers darem uma relida escutando as músicas, pq nesse você CAPRICHOU. Inclusive na cena da batalha pelo esconderijo, tive uma visão totalmente diferente de como tava o pandemônio justamente pela música da pink KKKKK A cena pesada da loja tmb, acho que um dos motivos que me deixaram tão tenso enquanto lia foi justamente a musiquinha aaaa

Infelizmente, apesar do tamanho do capítulo, ele trouxe basicamente nenhuma reposta, e ainda jogou mais um monte de questões para nós, leitores, divagarem e bolarem teorias. Agora com esse clima fúnebre, só posso esperar que o próximo capítulo não demore tanto quanto esse e nos deixe menos revoltados kkk (mas pelo andar da carruagem, toda desgraça é pouca no mundo de panema)

até a próxima o/
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Mensagem por Alice Le'Hills Qua 15 Jul 2020 - 21:17

Hey, Nina, tudo bem? Cara, eu tava na intenção de comentar aqui já faz um tempo, mas devido à correria dessa última semana, acabou que só consegui parar pra ler com calma agora.
 
Então, eu simplesmente amei a forma como você estruturou a narração em primeira pessoa da primeira parte do prólogo. Apesar de não ter dado muita informação sobre quem era aquela pessoa e com que pessoa ou Pokémon (ou fantasma?) ele conversava, a forma como você o introduziu foi tão boa que eu consegui me identificar e me importar de cara com ele. Já a segunda parte serviu mais como uma contextualização da ambientação da história né. Eu achei interessante a escolha de abordar temas como golpe de Estado, sistema de castas, Estado Teocrático, etc. Não são temas que eu esperaria encontrar numa história Pokémon, e tampouco com os quais escolheria trabalhar em uma fic, por achar que talvez sejam dark demais (como a execução sumária de deficientes), mas fico intrigada pra ver o desenrolar da história e como você vai desenvolvê-la.
 
Quanto ao primeiro capítulo, é bizarro pensar que o que aconteceu com a Amaya é justamente o que acontece com a população de rua em nosso país. Invisibilizados, desprezados e, de certa forma, fantasmas mesmo. Acredito que tenha sido intencional essa passagem como uma forma de crítica social e achei fantástico. E comparar essa experiencia à uma espécie de morte (morte social, talvez?) foi uma sacada genial. Pelo conteúdo, acredito que, pelo menos no que tange à parte da Amaya, será uma história de vingança, certo? Fiquei curiosa quanto à cigana e as pedras que ela queria. Seriam mega stones? Talvez Z-Crystals? Pelo preço, deve ser algo realmente valioso. Sobre os Pokémons que apareceram, consegui identificar os Arcanine do exército, a Misdreavus da Amaya, a Gothita, Banette da cigana e a Chikorita. Quanto à Musa fiquei entre Hoppip ou Jigglypuff, mas não consegui ter certeza (depois vi que eu tava errada nas minhas duas apostas hahahaha). Sobre esse aspecto, acho interessante o uso de apelidos, mas acho legal, pelo menos na primeira aparição do Pokémon, dar uma especificada na espécie, porque em alguns casos, mesmo com a descrição, ficou um pouco ambíguo.
 
Sobre o segundo capítulo, achei muito legal a parte do esconderijo e deu pra ter um panorama interessante das gangues ou facções que existe entre os fantasmas. É uma situação de conflito interessante e deixou muito claro como as personalidades da Amaya e da Lucy são bem diferentes. Amei a forma como você utilizou o Mimikyu, explorando bem a lore de sua verdadeira face ser aterrorizante. Também achei legal a Musa ser a carta na manga, colocando todos pra dormir.
 
Em certo ponto a Amaya cita rumores de uma possível rebelião, que depois se confirma quando ela encontra os caras misteriosos (inclusive fiquei curiosa em relação à identidade desses caras). O uso de máscaras por parte dos revolucionários me lembrou V de Vingança e acho seu uso bem simbólico. Pelo visto o plot da história vai culminar numa rebelião dos fantasmas contra o rei. E quanto ao final, OH ARCEUS, eu não esperava MESMO que a Lucy ia morrer nesse momento, achei uma decisão ousada e corajosa. Quero muito o próximo capítulo, to muito ansiosa pra descobrir como a Amaya e as outras vão lidar com tudo isso. Também espero descobrir o que significa ser um deles.
 
No geral, eu gostei do conceito dos fantasmas. Antes de ler, imaginava que seria uma história de terror, com fantasmas de verdade. Então, descobrir que não seria isso foi, de fato, um plot twist interessante pra mim hahahaha. Esse lance dos fantasmas também me lembrou os “sem-facção” da saga Divergente. Também devo elogiar a sua escrita, muito fluida, gostosa de ler e detalhada. As personagens são intrigantes e cativantes, principalmente a cigana, que pra mim roubou a cena do primeiro capítulo.
 
Outra coisa que eu amei também foi o fato de se passar em uma região original. Não só isso te deu muita liberdade pra construir uma ambientação legal para a história, como o fato de nós, leitores, não conhecermos a região por completo faz com que sempre haja um “elemento surpresa” interessante. E é admirável a forma como você descreveu a região e foi a fundo em suas complexidades – lei, forma de governo, entre outros. Só não ficou claro em qual das quatro ilhas a história se passa, não sei se isso seria relevante, mas fiquei curiosa.
 
Só tenho ressalvas quanto à parte do estupro, uma vez que creio ser um assunto sensível e que talvez devesse conter um aviso de gatilho no início do capítulo. De qualquer forma, eu acho que nunca comemorei tanto algo em uma fic como comemorei quando a Amaya matou o Hans pra se salvar.
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Mensagem por Sally Qua 29 Jul 2020 - 18:49

Olá, Nina! Como você mesma diz: quem está vivo sempre aparece! Demorei, mas cá estou aqui pra comentar esse longos (e ótimos) episódios.

Eu achei muito interessante mencionar o termo vingança. Gosto muito desse tipo de personagem também, porque me remete diretamente a anti-heróis e, de fato, são os meus favoritos ever! Abordar sobre uma menina de rua um tanto ''marginalizada'' é bem legal, até porque estou habituada a ler histórias bem formais e, vendo o linguajar mais desbocado da protagonista junto com a narrativa meio que descolada em primeira pessoa me ajuda muito a criar afeição pelo conjunto do texto. Sério, eu amei.

Não sei porque ciganas ou videntes nunca são confiáveis kkkkkkk Já sabia que ia dar ruim desde o começo. PREVI QUE ALGUMA COISA DE RUIM IRIA ACONTECER COM UMA DAS MENINAS DO BANDO, e o final do último episódio postado confirmou minha teoria. Gente, agora sim ela vai ficar invocada depois que perdeu a namorada (lgbt, awn, fofo <3). No mesmo tempo em que fiquei triste por Lucy, fiquei feliz com esse possível gatilho para despertar ódio na protagonista. Uma forma tão legal e sutil de desenvolver a personagem, aaaaaaaa

Mana, agora eu preciso frisar naquela quase cena de abuso sexual: AMÉM QUE ELA MATOU O SAFADO. Nem tinha necessidade de ficar nervosa ou mal por isso, fez muito bem em acabar com a espécie daquele porco nojento. Sério, me senti muito agoniada lendo...

A sua escrita é incrível, leve e completa. A história esta tomando um rumo bacana e eu estou louca para ler a continuação. Um beijão.

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Mensagem por tshaman Sex 2 Out 2020 - 23:10

Olá Nina :3


Finalmente sentei a bunda na cadeira e vim ler sua fic pra comentar. Foi mal ter levado tanto tempo, mas é que eu paro muito pouco em casa mesmo. Se o fórum tivesse um app seria mais fácil.

Por enquanto consegui ler o prólogo e o primeiro capítulo, quando tiver outra oportunidade vou tentando ler o resto (o máximo de capítulos por vez possíveis). Sei que muitas vezes o autor vai melhorando conforme começa a escrever, mas essa crítica é baseada só no que eu li e tendo isso em mente.

E vou ser honesto com você, esse review vai ter mais críticas do que elogios, mas quero que você entenda que sou bem chato com literatura, inclusive com as coisas que eu escrevo, então espero que saiba que falo por que acredito que você tem potencial e pode melhorar. 


Antes a parte boa.

Criatividade e propostas bem construídas não faltam nesse fórum. Eu fico contente por que até agora todas as fanfics da galera que eu vasculhei, nenhuma era aquela história simplista focada em shipp de personagem canônico sem nada pra agregar como trama e tudo mais.
Eu gosto de settings "miseráveis" e senti essa vibe bem "attack on titan" desse setting que você deu a sua história. Ficou bem estruturada a princípio e o pouco de exposição do mundo que vi até agora é interessante e bem pensado. 

A personagem principal também chama atenção pela personalidade forte e por ser bem ativa no que acontece em torno dela. Odeio personagem passivo demais. 

Dito isso, hora da parte chata ->

Eu também tenho notado alguns erros em comum em mais de uma fic aqui no fórum. A impressão que eu tenho é que a galera no geral fica um pouco ansiosa para mostrar de vez suas grandes ideias e acaba se atropelando um pouco no processo.

Toda história precisa de um pacing crescente e de introduzir conceitos mais simples antes de ir evoluindo para os assuntos que realmente vão guiar a trama. 
Esse primeiro capítulo foi uma confusão de nomes, conceitos, ideias, pessoas e pokémons e situações. Ficou difícil de entender direito quem é quem, como essas pessoas são e o que está acontecendo. 

Foi um capítulo de 5000 palavras mais ou menos (que pode até parecer grande pros padrões de um fórum, mas é um capítulo de tamanho normal na real) onde fomos introduzidos a 5 personagens, 3 pokémons com nomes próprios em 3 locais diferentes e duas situações relevantes. Sem contar com toda a informação que a personagem principal fica pensando e "dizendo" aos leitores.

Não estou dizendo que você tinha obrigação de sair descrevendo e apresentando todos os personagens nesse capítulo, mas do jeito que foi escrito ficou confuso e difícil de entender todas as nuâncias e coisas legais que provavelmente estavam no seu planejamento quando você pensou nesse capítulo.

Na literatura, diferente de outras mídias, você precisa gastar espaço de "papel" toda vez que introduz um conceito, lugar, situação ou personagem novo. Num filme ou num anime, simplesmente fazer essas três meninas que "vivem" com a personagem principal passaram 1 minuto na tela já entrega muita coisa sobre elas, já que você tem o recurso complementar da "aparência" e da "voz" que vão ser exibidos no elemento visual. 
Num "livro", você tem que gastar parágrafos pra introduzi-las. E se tiver elementos demais para serem introduzidos, o principal naquele momento fica confuso.


Falando nas informações que a personagem nos fala. Foi muita coisa. Já ouviu aquela expressão que americano gosta muito de usar na literatura deles? "Show not tell". Eu senti bastante isso aqui no começo dessa história. Tem muita informação sendo "narrada" que seria muito melhor aproveitada se estivéssemos vendo a situação acontecendo e chegando a essa conclusão sozinhos.


E por ultimo (juro) os diálogos. No começo achei que os personagens estavam falando de um jeito meio diferente por que você estava com intenção de deixar uma vibe meio "medieval" ou alguma coisa do tipo a estética do diálogo, mas um pouco depois eles começaram a incorporar gírias e falar mais "normal". 
Muita gente acaba fazendo isso sem querer. As falas dos personagens acabam parecendo parte da narração. Todo mundo fala certinho e sem gíria e até em certo nível meio "despersonalizado". Até Tolkien fazia isso, então é bem comum MESMO.

O ponto é: pessoas falam errado. Elas se interrompem quando estão conversando. Elas tem manias e jeitos únicos de falar que agregam a personalidade delas. Fica atenta a isso por que a história fica muito melhor se você escreve as conversas desse jeito.


E já que sugeri como a narração ficaria melhor, deixa eu dar uma sugestão geral de como esse capítulo ficaria melhor (na minha opinião de bosta).

Focar e valorizar nas duas situações principais e isolar um pouco a persongem principal. A tentativa de venda na loja do gordo feio podia ter rendido bem mais e não precisaríamos por exemplo que você narrasse antes o perigo do abuso sexual. Logo depois na própria fuga da loja já teriamos o encontro com a cigana, também valorizado.

Algo assim ->

- Loja
- Personagem pensando que precisa vender isso e sobre sua situação no geral/incomodo
- Negociação valorizada e mais natural.
- problema.
- tentativa de abuso.
- conflito.
- Valorização da fuga. Personagem se esconde e não sabe como vai escapar
- mais pensamentos sobre as meninas que cuidam dela.
- Cigana.
- valorização do dialogo com a cigana.
- resolução do dialogo com a cigana.
- De algum modo a cigana faz com que seja possível ela se livrar da situação.
- Encontrar finalmente as meninas pela primeira vez. Foreshadowing da coisa ruím que vem.



Mais ou menos essa estrutura. Permitira que a intenção geral do capítulo ficasse mais "clean" e mais fácil de ler e entender.
No geral a sua ideia é boa nina, não ache que estou tentando fazer uma critica destrutiva. Só acho que ela precisa de um pouco de refino de como está sendo contada.

Assim que eu puder vou ler o resto. Bjs e continue escrevendo :3333
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Mensagem por -Ice Ter 12 Out 2021 - 20:38

Nina!


Eu disse que ia ler hoje, espero que não tenha duvidado de mim kkkkk


Depois de um ano e meio eu obviamente precisei reler desde o começo pra não ficar perdido, o que foi bom, já que pareceu tudo um capítulo grandão e a história fluiu melhor assim. Afinal, esses dois inicialmente já eram um só, né?


Falando em capítulo grandão, que senhor capítulo é esse, hein? Eu costumo escrever capítulos pequenos e as vezes quando passo um pouco da quantidade de páginas estipuladas já considero um capítulo grande, tenho muito a aprender com você hahah


Vamos lá, eu provavelmente falei no meu primeiro comentário que eu fiquei bem atraído por todo o ambiente criado por você, eu não sou muito fã de narração em primeira pessoa mas você faz isso muito bem, foi muito mais fácil conhecer a protagonista e simpatizar com ela vendo tudo do seu ponto de vista.


Tô gostando também da maneira como você está conduzindo a história, já percebi algumas sementinhas plantadas que futuramente vão resultar em algo, e já tenho minhas teorias de algumas coisas que estão para acontecer, apesar de provavelmente estar errado. Aliás, eu achava perfeitamente possível qualquer uma das meninas morrer depois da fala da cigana, mas a Lucy era a minha principal aposta, fiquei chocado por acontecer tão cedo.


Pelo jeito também vai ter um pouco de sobrenatural na fic, tanto pela cigana do primeiro capítulo quanto pelas figuras do segundo, por mais que o mundo pokémon seja um onde meninos dormem e acordam como Kadabras, ainda assim não temos uma abordagem como a sua do sobrenatural, estou curioso para ver como isso vai se desenrolar.


Me desculpe pela demorinha e pelo comentário zuado (eu perdi a manha), espero estar aqui em breve, então até a próxima!


Será que estamos testemunhando mais uma breve reanimada na área? :O
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