A Teoria de Tudo

Vários e vários anos no futuro (não, não tantos assim), um bar foi construído na Cidade do Acre, capital do orgulhoso Império Acreano. Sua arquitetura tradicional parece um pouco perdida no meio das luzes de neon e dos carros voadores, mas de alguma forma parece bastante convidativo, talvez até familiar. Seu nome é 'A Teoria de Tudo'.


O interior conta com uma atmosfera calma, para aqueles que querem descansar com um drinque após um longo dia de trabalho. Mesas grandes comportam grandes grupos de amigos, e cabines menores providenciam um pouco de privacidade para grupos menores. No porão, tem uma pista de dança, onde há música ao vivo algumas vezes por semana. Já no segundo andar, há algumas mesas de jogos, como sinuca e totó, além de um pequeno fliperama. Adicionalmente, uma meia dúzia de mesas fica sobre uma sacada, estendendo-se para fora do prédio principal e sobre a rua, para aqueles que preferem beber enquanto assistem os movimentos da cidade.


No primeiro andar, uma das donas do bar está terminando os últimos preparativos para a noite de estreia do estabelecimento: Esfregando o balcão de granito até ele brilhar, ajeitando a posição das garrafas no display e polindo os copos. A outra dona está sentada em um dos bancos do balcão, tranquila, tomando goles preguiçosos de um copo de suco de laranja a sua frente.


- Yo, Shel, você não acha que você está tranquila demais não? A noite de abertura é muito importante!

A outra dona traga mais um gole de sua bebida, e então limpa seus lábios com um guardanapo.


- Não há com o que se preocupar, Alanna. Tudo está perfeito. Esse bar é único no universo, eu me garanti disso.


- Essa história de universo de novo? Eu até agora não entendi esse negócio.


- É muito simples, na realidade. Veja bem, de acordo com a interpretação de vários mundos de Hugh Everett, novos universos são criados de cada possibilidade, formando um multiverso virtualmente infinito. Algumas vezes, esses universos se cruzam, podendo, por curtos momentos, haver troca de informações entre eles. Através de pesquisas, eu fui capaz de mapear o ponto no tempo no qual todos os universos podem se encontrar, o centro do multiverso por assim dizer, e esse é o Acre no ano de 2553. Ou seja, agora. Por isso, eu usei de meus vastos recursos para criar esse estabelecimento e assim melhor estudar esse fenômeno.


- Eu te perdi em 'interpretação de vários mundos'. - Alanna suspira. - Resumindo, vão aparecer pessoas de vários universos e você vai ficar olhando enquanto eles conversam e bebem e jogam sinuca?


- Vários universos e vários pontos temporais nesses universos, sim. É isso mesmo que você falou. Porém, nossa mera presença como observadoras já vai interferir um pouco com os resultados. Por estarmos as duas aqui, estamos manipulando a entropia local desse ambiente e modificando as fronteiras dimensionais, de forma que a maioria das pessoas que vão aparecer provavelmente vão ser de timelines adjacentes a nossos universos de origem. Espere ver alguns rostos familiares.


- Certo, certo, já entendemos, você é esperta. - Alanna toma sua posição de barmaid, atrás do balcão de granito reluzente. - Eu só espero que o Ken não apareça.


- Nem o Kameko.

- Esse cara não pode ser pior do que o Ken.

- Você não conhece o Kameko.


- Mal posso esperar pra ver quem é o primeiro esquisitão que vai entrar por aquela porta.

- Mas tinha que ser... - Alanna suspira, colocando uma garrafa de Heineken, uma caixa de leite e dois copos em cima do balcão.

- Noah, é o seguinte. - Ela começa a explicar. - Esse é o meu bar mágico que viaja no tempo e entre universos. Tem uma discoteca no porão e um fliperama no segundo andar, é bem legal.

Enquanto Alanna conversava com os dois rapazes, Shelly havia se levantado e ido até a frente do bar, cumprimentar a garota que tinha acabado de chegar.


- Boa noite, bem vinda à Teoria de Tudo, o único bar interdimensional do multiverso. Eu sou uma das donas, Shelly Caddick. Por favor, sente-se e aproveite. Como hoje é a noite de estreia, estamos com uma oferta especial: qualquer dois drinques pelo preço de um só. A senhorita já sabe o que vai querer?

Joestar tirava a tampa da garrafinha de cerveja e tomava direto do gargalo, ele depois batia levemente com a garrafa no balcão.


-Ah~ Então dona Shelly, como você fez este lugar?

Joestar chega perto de Noah para falar no seu ouvido.

-Seguinte bicho: Você vai chegar perto da menina, como quem não quer nada, dá um sorriso bobo, pega no ombro dela, vai subindo até a nuca dela, segura os cabelos e puxa ela pra perto e vocês tocam os lábios, não vá de língua direto, vai tocando bem de vagar e dai as coisas evoluem... Bem não lhe garanto sucesso.