CDM #009 - Votações

Notícia

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Sentado nesse banquinho velho, o meu querido Paul, que é como o chamo, é o único que consegue me ouvir, me sentir. Eu tracei minha vida, eu escolhi tudo, mas porque isso dói tanto, visto do meu ponto de vista agora. Poderia ter me tornado alguém grande, eu tive chance. Podia ser um bom músico, ou um bom escritor, ou bom em alguma coisa, mas a derrota me persegue, ah e como. Fiz tudo o que pude naquele tempo, para ser alguém melhor, mar agora, respirando esse ar sujo, sozinho, lembrando dos amores passados tendo como companhia com copo de cachaça, faço e refaço minhas ações, tentando não ser de novo, o tolo que fui.

Eu a amei, ah como amei, aqueles olhos, o cheiro daquele cabelo doce, que nunca saiu da minha cabeça. Perdi-a. Eu tentei ser alguém na vida, com algo que eu queria, música, literatura, qualquer coisa que eu amasse, porém, não formei minha banda, não terminei meu livro. Desisti, e perdi. A pessoa que deveria me guiar só me mostrava o caminho no qual eu me ferrava, e não era ninguém. Você definitivamente, não é meu pai. Fracassei, andei mal, pelo caminho errado, com você dizendo negativas banhadas na água da ironia, percebi que nunca deveria ter ouvido. Paul, agora é a hora de eu te deixar, deixar meu amor, deixar minha música, deixar minhas letras, deixar tudo do que desisti, pois eu acordei desse sonho futurístico, e tenho chance de fazer tudo certo, pelo menos.