[RESENHA]Acabou Chorare (Novos Baianos)

por Caio. Dom 28 Jul 2013 - 23:47

Nome: Acabou Chorare
Banda: Novos Baianos
Lançamento: 1972
Duração: 36 minutos.
Gravadora: Som Livre.
Nota: ♫♫♫♫♫ (5/5)

Formação:

Baby Consuelo - Vocais/Percussão
Paulinho Boca de Cantor - Vocais/Pandeiro
Pepeu Gomes - Guitarra/Violão/Craviola/Arranjos
Moraes Moreira - Vocais/Violão/Arranjos
Dadi Carvalho - Baixo
Jorginho Gomes - Bateria/Cavaquinho/Bongo

Mesmo que você não conheça os Novos Baianos, é bem provável que conheça grandes nomes da MPB, como Pepeu Gomes, Baby Consuelo (agora Baby do Brasil) e Moraes Moreira. Não conhece? Então passe aqui para dar uma checada, porque você pode estar perdendo grandes nomes do Samba, do Rock ‘N’ Rol e do MPB – isso para você ver a importância deles na música brasileira.

Antes de partirmos para as músicas, é bom entendermos o contexto em que viviam: a ditadura militar. Mas não, eles basicamente não viviam numa ditadura. O sítio em que todos viviam era quase como uma anarquia: todos viviam livremente, drogavam-se, comiam, tocavam um no meio do outro, enfim. Foram dias felizes. Ao menos para eles. Sim, eles eram hippies, hippies mesmo. Viveram de uma forma muito louca e só. E foi nessa vida “turbulenta” para alguns – mas lembrada sempre como alegre por eles – que nasceu o disco considerado o melhor de todos os tempos da música brasileira, segundo a Rolling Stone, o famoso e formoso Acabou Chorare.

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O quê eles tocavam? Não sei. Uma parafernalha sonora. Enquanto você tinha algumas músicas mais simples e tranquilas, que não variavam muito – como a gostosa “Brasil Pandeiro” -, havia outras que englobavam vários ritmos, entre eles o MPB e o samba, como em “Preta Pretinha” (pessoalmente eu prefiro a versão ao vivo da música, mas cá entre nós que essa versão longa é bem mais louca!). No meio disso tudo ainda sobrava espaço para o Rock ‘N’ Roll e o Swing, como na música “Tinindo Trincando”.

Há outras músicas que, ao menos para mim, não são assim tão interessantes, como “Swing de Campo Grande” (que mais parece um samba) e “A Menina Dança”. Não que essas sejam composições ruins – a voz de Baby é muito bela, como vista na segunda composição – mas acho que elas se perdem no turbilhão que foram os sucessos como a faixa-título e a já citada “Preta Pretinha”, ou ainda em músicas mais contagiantes e alegres como “Besta É Tu”.

Devem receber também menção honrosa a nervosinha “O Mistério do Planeta” e a típica música nordestina num mix carioca de ser, “Um Bilhete pra Didi”. No fim do disco, a faixa “Preta Pretinha” conta com uma versão mais curta, para poder ser tocada em rádios. O mais engraçado é que, no fim, a versão longa foi a mais executada pelo Brasil.

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E assim nasceu o maior clássico do Rock/Samba/MPB: num cenário bem parecido com o da capa do disco. Tudo dividido, tudo bem misturado, tudo bem hippie e alegre num jeito bem anos setenta de ser.

Ressaltarei que, naquela época, até que era bem comum a mistura de gêneros, entretanto, poucas pessoas o fizeram de forma tão boa como os Novos Baianos, em pessoas tão talentosas como Pepeu Gomes ou com voz tão bonita como a de Baby Consuelo.

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por Yoshihime Sex 2 Ago 2013 - 13:38

Na faculdade aprendi que essas coisas de "considerado maior, o melhor, o grande" é um grande falácia sempre, até porque qualidade artística é algo incomensurável, não dá pra meter matemáticas no meio assim.
Não estou dizendo que Acabou Chorare é ruim, pelo contrário é o segundo álbum brasileiro que eu mais gosto, logo depois de Todos os Olhos, mas é a minha questão pessoal, não considero um melhor que o outro.
Esse álbum do Novos Baianos é um grande retrato do espírito brasileiro, tentar delimitar o nosso país em uma MPB é muito pouco, nós somos um país de dimensões continentais com pessoas de estilos variadíssimos, essa miscelânea que eles criam retrata bem isso.
Queria viver uma vida como a deles, uma vida boa de artista.

por Caio. Dom 11 Ago 2013 - 14:01

Realmente, concordo com você. Até mesmo porque não acho Acabou Chorare o melhor álbum brasileiro, mas o considero muito muito muito bom, excelente, com uma qualidade ultra boa. No fim, acho que é até difícil pra mim escolher o melhor disco IMO, mas acho que ficaria com o Secos & Molhados mesmo.

Realmente, o grande charme deles foi o grande mix que fizeram. O solo por exemplo de Tinindo Trincando é BEEEM pesado pra época, ao passo de que todo o resto da música mais parece algo nordestino. Eu consigo me identificar com cada uma das músicas, sabe? Slá. Eles meio que definiram muitas das facetas do gigante Brasil.

Devia ter sido bom o jeito que viveram. Literalmente sexo, drogas... futebol, almoço, banho, cuidar dos filhos, cantar, mpb, tocar pandeiro, sambar, rock 'n' roll, jogar mais futebol... Realmente, deve ter sido ótimo. As fases me lembra da casa de praia do meu avô, que parece que parou no tempo (é bem anos 70 q)

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